Sociedade | 12-11-2025 12:00
Associação de empresários cria manual para combater preconceitos na contratação de pessoas com deficiência
foto ilustrativa
“Falsa crença” de que as pessoas com deficiência não são trabalhadores produtivos é um dos receios que impedem a contratação destas pessoas e contra a qual a associação Empresários pela Inclusão criou um manual com estratégias para empregadores.
De acordo com a associação Empresários pela Inclusão (EPIS), os “jovens com deficiência têm mais dificuldade de integração no mercado de trabalho”, o que leva a associação a defender mudanças organizacionais com a ajuda de um guia prático para empregadores públicos e privados. Aponta que “os jovens com deficiência continuam a enfrentar obstáculos significativos no acesso ao emprego”, lembrando que em 2020 “a taxa de desemprego neste grupo atingia 20,3%, quase o dobro da registada na população sem deficiência (11,8%)”. “No sector privado, apenas 0,65% dos trabalhadores (15.317 em mais de 2,3 milhões) tinham deficiência e, na função pública, a percentagem não vai além dos 3% (22.238 em mais de 742 mil trabalhadores) ”, refere a EPIS.
Em declarações à Lusa, a directora financeira e responsável por projectos especiais da EPIS explicou que o manual “Vencer os Desafios da Inserção Profissional de Jovens com Deficiência – Boas Práticas no Terreno”, pretende ser uma ferramenta de trabalho para empregadores públicos e privados, com pistas e exemplos concretos, simples e práticos para “melhorar os processos de seleção, recrutamento, integração e desenvolvimento da carreira destes jovens com deficiência”. Segundo Susana Lavajo, o principal receio dos empregadores reside na “falsa crença que as pessoas com deficiência não conseguem ser produtivas ao desemprenhar as suas funções”, receios que a responsável considera “infundados”. Defendeu que “estes jovens têm um valor económico real” e que “são perfeitamente capazes de desempenhar muito bem todas as tarefas”, desde que tenham as “condições necessárias para cumprir as funções”. Susana Lavajo explicou que o manual procurou “equilibrar evidência literária com experiência prática” e deu vários exemplos do que pode ser melhorado, apontando que “há boas práticas de fácil implementação”. A responsável adiantou ainda que a EPIS tem enviado o manual para as empresas e estão a organizar reuniões de apresentação para dar orientações às entidades empregadoras.
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