Refood de Santarém precisa de novo centro de operações para continuar a ajudar quem mais precisa
Situação agravou-se com as recentes chuvadas, que causaram danos no edifício e reforça a urgência de novas instalações para a associação de Santarém.
A Refood de Santarém enfrenta limitações crescentes na sua capacidade de resposta social e procura com urgência uma nova sede. O apelo foi feito por Rui César, coordenador do núcleo, que alerta para um espaço que se tornou “insustentável”. O alerta surge depois das fortes chuvadas da semana passada terem provocado danos na estrutura do edifício, já antigo e degradado, e que apesar de já estarem resolvidos, para o coordenador são um sinal da necessidade da associação mudar-se para um novo espaço da cidade. “Por mais que resolvamos a curto prazo, o problema vai voltar. Reabilitar este espaço é perpetuar o não crescimento da Refood. O que nós precisamos é mesmo de uma nova sede”, afirmou em declarações a O MIRANTE.
Com 25 anos e natural de Coruche, Rui César coordena uma equipa totalmente voluntária que, todos os meses, resgata quase 20 mil quilos de alimentos distribuídas por 151 famílias e 381 pessoas. No concelho, a Refood conta actualmente com 103 voluntários, mas a própria localização é um dos maiores obstáculos à retenção de quem ajuda. “Cerca de 76% das desistências de voluntários têm a ver com a localização da sede. O acesso difícil no estreito Largo Manoel António das Neves tem ainda condicionado a logística de recolha de alimentos em paletes e a aquisição de uma carrinha que a associação planeia, mas que ainda não pôde concretizar. “Fazer manobras neste espaço aumenta a probabilidade de danificar o veículo e isso impede-nos de avançar com o investimento”, acrescenta, sublinhando que a Refood tem adquirido novas parcerias que permitem recolhas em maior volume, mas que piora ainda mais a gestão de uma sede já sobrecarregada.
Apesar dos contactos estabelecidos com a câmara e outras entidades, até ao momento não foi encontrada uma solução viável a nível de custo ou de espaço disponível. Rui César reconhece que o período de transição autárquica também atrasou decisões, mas alerta que a situação já não pode esperar. “A permanência neste espaço está a tornar-se impossível. A Refood quer crescer, mas este espaço obriga-nos a encolher. O que nos falta é um espaço que nos permita fazer mais e melhor e a cidade precisa de uma Refood com condições para ir mais longe”, destaca.


