Autarcas do Sardoal defendem aposta na modernização do sector olivícola
O debate surgiu após um pedido de prorrogação do protocolo com a Cooperativa de Olivicultores de Andreus, levando o vereador Pedro Duque a alertar para a necessidade de o município apostar mais no sector olivícola, dado o forte potencial do concelho nessa área.
A importância do investimento no sector olivícola foi tema de debate na reunião da câmara do Sardoal de 7 de Novembro, com todos os autarcas a demonstrarem desejo em apostar na modernização e maior apoio ao sector. O tema surgiu após um pedido de prorrogação do protocolo de apoio à C.O.P.O.L.A.N. – Cooperativa Agrícola de Olivicultores de Andreus, que posteriormente foi retirado da ordem de trabalhos de modo a corrigir prazos e clarificar os termos do documento.
O vereador Pedro Duque (PS) começou por alertar para a necessidade de o município começar a planear, a médio e longo prazo, soluções que acompanhem a expansão do olival no concelho, referindo que o concelho já produz entre 1.500 e 2.000 toneladas de azeitona por ano, mas só consegue processar cerca de 500 toneladas localmente. O socialista sublinhou que o município perdeu as lagoas de evaporação que tinha para tratar as águas residuais e que, sem novas infraestruturas, o Sardoal “está a deixar fugir valor acrescentado e potenciais postos de trabalho” para os concelhos vizinhos. “Esta é uma actividade que está em expansão e começa a ter já uma repercussão muito grande na economia concelhia. E se agora já tem esta dimensão daqui a 10 anos, tendo em conta o número de olivais novos que estão a ser replantados, a expansão vai ser ainda maior”, ressaltou, acrescentando que o olival é também uma zona de protecção contra incêndios e um sector com retorno económico garantido.
O vereador Duarte Baptista (PSD) partilhou da mesma visão e reforçou a importância de modernizar os lagares locais, como adoptar modelos de duas fases que transformam resíduos em subprodutos com valor comercial. “Temos de caminhar para uma maior capacidade de recepção e transformação da azeitona. Esse é o apoio fundamental que devemos dar às nossas cooperativas”, afirmou.
O presidente da câmara, Pedro Rosa, destacou que a autarquia “tem apoiado as cooperativas locais ao longo dos anos”, sobretudo na limpeza inicial das instalações e no transporte das águas residuais resultantes da produção, apesar de admitir que as exigências ambientais têm tornado o processo mais complexo e oneroso. “Penso que as nossas obrigações mais emergentes passam por garantir apoio técnico e informação para que as cooperativas possam candidatar-se a investimentos e segundo sei as duas cooperativas que temos também estão interessadas em crescer e evoluir” salientou, assegurando que a autarquia está disponível para acompanhar a modernização das cooperativas, reconhecendo que “a procura vai aumentar” e que o município deve preparar-se para essa realidade.


