Insegurança no centro histórico de Santarém motiva queixas na câmara
Dois moradores do centro histórico de Santarém foram à primeira reunião de câmara do mandato apelar aos autarcas que pressionem a PSP para assegurar mais policiamento de proximidade.
A insegurança nalgumas zonas do centro histórico de Santarém voltou a ser tema em reunião do executivo camarário, com dois moradores a apelarem aos autarcas para que tome medidas e pressione a PSP para ter mais agentes nas ruas, sobretudo quando cai a noite.
Francisco Pombas, presidente da Associação de Moradores do centro Histórico, pediu mais policiamento de proximidade, para complementar a videovigilância já existente e que transmita mais segurança à população. Mencionou alguns episódios de violência ocorridos nos últimos tempos, nomeadamente na Rua Pedro Canavarro e na Rua Capelo e Ivens, que implicam “danos reputacionais graves para o centro histórico”, e referiu que alguns moradores já têm receio de andar na rua depois de escurecer. “Temos que resolver rapidamente este assunto”, afirmou, defendendo que o novo executivo “tem de ser mais pressionante junto da PSP”.
Referindo que tem consciência da escassez de recursos humanos na PSP, Francisco Pombas vincou que essa realidade “não pode ser desculpa para não se fazer nada”, reforçando que “a situação actual exige presença permanente de agentes no centro histórico e a Câmara de Santarém tem que pressionar”.
Outro morador do centro histórico, António Rhodes Sérgio, também aludiu a casos de violência que têm acontecido ultimamente e de casas sobrelotadas com pessoas a viver em condições indignas. Queixou-se ainda da falta de iluminação nalgumas ruas e, apontando responsabilidades ao município, afirmou que ninguém gosta de viver assim. “Santarém é uma cidade extraordinária, mas hoje tenho medo de cá viver”, desabafou o munícipe, acrescentando que os autarcas “têm um caldeirão nas mãos que vai rebentar”. Pediu ainda atenção ao troço de muralha medieval da Rua Pedro Canavarro, onde continuam a soltar-se pedras.
Polícia municipal a caminho
Na resposta, o presidente da Câmara de Santarém, João Leite (PSD), garantiu que o diálogo com os moradores do centro histórico vai continuar. Confirmou que a PSP se debate com escassez de agentes e que foi também tendo em conta essa realidade que assumiu a criação de um corpo de polícia municipal. Acrescentou que a acção social do município está a acompanhar casos de pessoas a viver em condições menos dignas, sendo questões tratadas “com o devido recato”.
O autarca acrescentou que a videovigilância implantada no centro histórico é uma aposta ganha que vai ser alargada a outras zonas da cidade, tendo permitido, por exemplo, filmar as pessoas envolvidas num caso de suposta violação durante a madrugada perto do Jardim da Liberdade. “A segurança é fundamental, mas tudo tem o seu tempo”, considerou João Leite, adiantando que o município pode e deve agir em conformidade, designadamente na limitação de horários de funcionamento de estabelecimentos comerciais junto aos quais se identifiquem actividades ilícitas no espaço público.
Estacionamento também mereceu críticas
O presidente da Associação de Moradores do Centro Histórico criticou ainda o município pela demora na implementação de bolsas de estacionamento para moradores no centro histórico, anunciada no final do Verão e que já tinha sido prometido pela câmara há quatro anos, defendendo a sua localização do Largo de Marvila e na Praça Visconde Serra do Pilar. “Não volto a falar neste assunto. Está esgotado”, desabafou. Criticou ainda o contrato de concessão de estacionamento à superfície na zona mais antiga da cidade, questionando quando é que termina o contrato com a empresa privada, alegando que o mesmo deve ser negociado ou denunciado.
O presidente da Câmara de Santarém disse, em relação à concessão do estacionamento tarifado à superfície, que o assunto está a ser analisado mas não vai divulgar na praça pública o que se pretende fazer. João Leite acrescentou, no entanto, que a autarquia pretende antecipar o termo do contrato e ficar com o estacionamento na esfera do município.
Quanto à criação de bolsas de estacionamento exclusivas para moradores nas zonas tarifadas, informou que a demora se deveu ao procedimento para aquisição de sinalética, estando prevista a instalação da mesma por estes dias.


