Sociedade | 20-11-2025 10:00

Direitos das Crianças não são salvaguardados apenas com palavras bonitas uma vez por ano

Direitos das Crianças não são salvaguardados apenas com palavras bonitas uma vez por ano
Josiane Tomé é coordenadora da Casa de Acolhimento da Fundação CEBI em Alverca

Hoje, 20 de Novembro, celebra-se o Dia Internacional dos Direitos das Crianças, uma data onde se alerta para a dura realidade de muitas crianças ainda não terem assegurados os seus direitos, como o direito à protecção, à família, saúde, igualdade e a brincar num ambiente de paz e serenidade.

A Casa de Acolhimento Residencial da Fundação CEBI, em Alverca do Ribatejo, assinala este ano 30 anos de existência e já protegeu e integrou na sociedade mais de 600 crianças, algumas delas já adultas com carreiras de sucesso. A 20 de Novembro celebra-se o Dia Internacional dos Direitos das Crianças e para Josiane Tomé, coordenadora da casa, ainda há um longo caminho a percorrer para que os direitos das crianças sejam protegidos.
Muito foi feito nestas três décadas, mas a prevenção ainda é algo que precisa de ser reforçado e incentivado, defende a coordenadora de uma casa que tem garantido segurança, cuidados e ajudado a construir projectos de vida para centenas de crianças.
No balanço que faz da protecção infantil em Portugal, Josiane Tomé defende que a luta pelos direitos das crianças não pode passar só por frases bonitas. Tem de ser acção no terreno. Apesar de reconhecer que a legislação é “muito boa” e que existem medidas governamentais relevantes, identifica o principal problema: a prevenção continua a ser insuficiente.
“Fala-se pouco de prevenção. Fala-se pouco na intervenção imediata e próxima das famílias. Se chegamos ao acolhimento é porque falhámos antes. As primeiras linhas, as escolas, os centros de saúde, as equipas de proximidade, precisam de ser reforçadas”, defende. No âmbito do dia internacional dos direitos das crianças, a responsável lembra que numa sociedade justa ninguém deve ficar para trás, muito menos as crianças.
“As crianças que hoje ajudamos serão os adultos de amanhã, os próximos pais, os próximos agentes de mudança. Numa sociedade justa, ninguém deve ficar para trás, muito menos quem é frágil e vulnerável”, defende.

* Notícia desenvolvida na edição impressa de O MIRANTE

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