Sociedade | 20-11-2025 15:00

Há mais de 20 anos que não chovia tanto no concelho de Abrantes

Há mais de 20 anos que não chovia tanto no concelho de Abrantes

Manuel Valamatos garantiu que município está disponível para colaborar com entidades na reabilitação das linhas de água, sublinhando que serão precisos apoios e também financiamento para obras estruturais definitivas que preparem concelho para fenómenos meteorológicos cada vez mais intensos.

O presidente da Câmara de Abrantes afirmou que a depressão Cláudia provocou danos muito significativos no concelho e fez cair o maior volume de chuva dos últimos 25 anos, estando a ser avaliados os prejuízos e necessidades de apoio. “A pluviosidade caiu de forma absolutamente excessiva e deixou muitos estragos em habitações, infraestruturas e vias”, disse Manuel Valamatos, sublinhando que a zona norte do concelho foi a mais afectada em três dias de chuva intensa que afectou todo o país.
O concelho de Abrantes registou, entre 13 e 15 de Novembro, dezenas de ocorrências provocadas pela depressão Cláudia, incluindo inundações, derrocadas, quedas de árvores e danos estruturais em infraestruturas, segundo o balanço feito pelo presidente da câmara municipal. De acordo com o autarca, choveu “três vezes mais do que em 2000”, ano em que o concelho já tinha enfrentado precipitação muito intensa. “A percentagem de pluviosidade que caiu no nosso território foi absolutamente excessiva, sobretudo na zona norte”, afirmou, apontando as áreas de Alferrarede, Chainça, Sentieiras e Rio de Moinhos como as mais atingidas.
No total, foram registadas 26 inundações, 12 movimentos de massa, seis quedas de árvores, seis ocorrências de limpeza de vias, a queda de um poste de iluminação de acesso à A23 e cinco veículos parcialmente submersos. Houve ainda três pessoas desalojadas, já realojadas com apoio dos serviços sociais, e duas deslocadas, acolhidas por familiares. Entre as situações mais graves, Manuel Valamatos destacou os danos estruturais no pontão de acesso à localidade de Casais de Revelhos, onde o trânsito está proibido a pesados e a circulação de ligeiros faz-se de forma alternada. “Estamos a avaliar hora a hora. Os especialistas já estiveram no local e até ao final da semana esperamos uma avaliação técnica rigorosa”, disse, admitindo que a construção de um novo pontão “é uma forte possibilidade”.
O autarca acrescentou que a Escola do 1.º ciclo do Tramagal sofreu uma inundação significativa, obrigando a reorganizar temporariamente as refeições e o funcionamento do pré-escolar, transferido para a Escola Octávio Duarte Ferreira. Manuel Valamatos referiu também “muitas derrocadas de terrenos e taludes”, bem como o colapso de muros, danos nas linhas de água e destruição de hortas, especialmente nas Sentieiras, onde “a água engoliu muitos terrenos”. Uma das preocupações centrais é a Avenida Farinha Pereira, uma das principais vias de acesso à cidade e à zona industrial, onde os “mares de água” provocam problemas recorrentes. “Esta estrada é das Infraestruturas de Portugal. Precisamos que, em conjunto com o Ministério das Infraestruturas, haja uma resposta urgente e um projecto capaz de encaminhar as águas para os seus cursos normais”, afirmou, defendendo uma reabilitação profunda da área.

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