Sociedade | 24-11-2025 21:00

Abrantes prevê mais qualidade e menor quebra de azeitona que a média nacional

Abrantes prevê mais qualidade e menor quebra de azeitona que a média nacional

Apesar de um balanço positivo, responsáveis do sector apontam para uma quebra de 10 a 15% na produção de azeitona este ano.

A campanha da azeitona em Abrantes mantém este ano a qualidade elevada, mas tem uma quebra estimada de 10% a 15%, menor que a descida de cerca de 20% prevista globalmente a nível nacional, segundo responsáveis do sector. No lagar da SAOV - Sociedade Agrícola Ouro Vegetal, que acompanha mais de mil clientes da região de Abrantes, a campanha arrancou a 23 de Setembro, com o fruto que está a chegar a apresentar “bom rendimento e ausência de pragas e doenças”, disse à Lusa Rita Marques, engenheira de qualidade da empresa.
“Temos um cenário de menor quantidade de azeitona, mas, de uma maneira geral, o fruto está muito são e com bom rendimento, o que vai permitir compensar parte da quebra e manter um azeite de qualidade superior”, explicou. A responsável atribui a quebra de 10% a 15% sobretudo a três factores: “menor carga produtiva”, resultante do ciclo natural de alternância do olival tradicional, o “impacto residual da seca prolongada na altura do crescimento do fruto” e a “redução de mão de obra em pequenas explorações” do olival tradicional. “Apesar disso, comparando com outros anos de menor produção, este é um ano equilibrado. O fruto está são e o azeite está a sair aromático e frutado”, resumiu.
A nível nacional, a Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, que representa cerca de 70% dos olivicultores e lagares do país, confirmou à Lusa uma quebra média expectável “na ordem dos 20%”, segundo os dados atualizados esta semana. A directora executiva da associação, Susana Sassetti, sublinhou que o comportamento da campanha “varia muito por regiões”, mas a tendência dominante é de redução da produção, sobretudo no olival tradicional e de sequeiro. “A seca do último ano, a irregularidade das chuvas e a alternância produtiva explicam grande parte da quebra. Em algumas zonas há um atraso na maturação e um fruto mais pequeno”, afirmou.
O Norte do Ribatejo, onde predomina o olival tradicional, tem sido “uma das regiões mais afectadas” pelos constrangimentos climáticos, mas Abrantes está “entre as zonas onde a quebra é mais moderada”, confirmam os dados da Olivum. Rita Marques reconheceu que muitos produtores têm enfrentado “dificuldades acrescidas com mão-de-obra, custos energéticos e o adiamento das chuvadas”, mas destacou que a SAOV tem conseguido “manter estabilidade” devido ao acompanhamento contínuo aos olivicultores. Com uma quebra de 10% a 15%, Abrantes está, por agora, “acima da média nacional”, que se aproxima dos 20%, sendo um dos pontos positivos do Ribatejo Norte. “A qualidade do fruto compensa a menor quantidade. No final, teremos um azeite equilibrado, verde e aromático, muito dentro do perfil que caracteriza esta região”, concluiu Rita Marques.

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