Atraso nas obras da Escola Gualdim Pais gera troca de acusações na reunião de câmara de Tomar
Oposição manifestou surpresa quanto às recentes declarações do novo presidente da Câmara de Tomar sobre alegados atrasos e trabalhos a mais na empreitada da Escola Gualdim Pais. Tiago Carrão disse que atrasos e custos acrescidos resultam de erros e omissões no projecto.
A empreitada de requalificação da Escola Básica 2,3 Gualdim Pais, em Tomar, motivou um debate na mais recente reunião de câmara, envolvendo o actual presidente Tiago Carrão (PSD) e o ex-presidente e agora vereador da oposição, Hugo Cristóvão (PS).
Hugo Cristóvão começou por manifestar surpresa quanto às recentes declarações do presidente sobre alegados atrasos e trabalhos a mais na obra, lembrando que “em qualquer empreitada surgem sempre questões que devem ser melhoradas”. Para o socialista, “a existência de obras a mais não é o problema”, desde que estas tenham “o devido tratamento”, sublinhando ainda que preocupante seria se não tivesse existido “projecto, financiamento e avanço da obra”.
Em resposta, Tiago Carrão mostrou-se “preocupado” por ter de explicar a situação a quem, até há 15 dias, tinha responsabilidades como presidente no município. O autarca afirmou que a visita recente ao estaleiro confirmou “um atraso significativo de vários meses”, colocando em risco a entrada em funcionamento das novas instalações no início do próximo ano lectivo.
O presidente adiantou também que os “trabalhos a mais”, que serão apresentados nas próximas reuniões de câmara para aprovação, representam “algumas centenas de milhares de euros, aproximando-se do meio milhão”, valores que não são financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que terão de ser suportados pela autarquia. Segundo Tiago Carrão, estes custos e atrasos resultam “sobretudo de erros e omissões do projecto”.
Tiago Carrão reforçou ainda a preocupação com os prazos do PRR, que impõem a conclusão da empreitada até Junho do próximo ano. Qualquer derrapagem temporal, avisou, implicará encargos acrescidos para o município numa obra cujo valor global ronda os 4,5 milhões de euros. O presidente garantiu estar a dialogar com o empreiteiro para minimizar o impacto dos atrasos, mas não escondeu que o calendário e os custos associados representam, neste momento, um risco significativo para o município.


