Sociedade | 26-11-2025 17:15

Autarcas da Junta de Freguesia de Fátima são todos arguidos por acusação de peculato

Autarcas da Junta de Freguesia de Fátima são todos arguidos por acusação de peculato
Actual presidente e tesoureiro da Junta de Freguesia de Fátima pertenciam ao executivo de Humberto Silva que está agora debaixo da Justiça. Fotos DR

Todos os autarcas da junta de freguesia de Fátima do mandato de 2017 a 2021 são arguidos no caso da casa mortuária por acusação de peculato. Humberto Silva já não está no activo, mas o actual executivo tem dois elementos que ainda podem vir a perder o mandato se o julgamento se fizer a tempo e forem condenados.

Os autarcas do PSD do executivo da Junta de Freguesia de Fátima do mandato de 2017 a 2021 são todos arguidos por causa do contrato relativo a obras na casa mortuária. Segundo O MIRANTE apurou, os autarcas estão acusados de peculato. Embora a acusação não implique perda de mandato, que também já não teria efeito, pode levar a penas pesadas que vão de multas a perda de direitos civis. Os autarcas já tinham prestado declarações à Polícia Judiciária, tal como O MIRANTE noticiou na altura, mas só agora é que foram pronunciados de forma a poderem responder em tribunal pelos supostos crimes de peculato.
Humberto Silva já não pertence ao executivo da Junta, mas, curiosamente, tanto o actual presidente, Carlos Ferreira Neves, como o actual tesoureiro, António Jorge Neves Oliveira, pertenciam na altura ao executivo liderado por Humberto Silva. Neste caso, e segundo O MIRANTE apurou junto de fonte jurídica, caso o julgamento se faça em tempo útil e sejam condenados, pode haver também perda de mandato.

Um negócio “dos diabos” em terras de Nossa Senhora de Fátima

Recorde-se que o negócio tem contornos que dificilmente escapavam às autoridades depois de terem sido noticiados pelo nosso jornal e terem ganho repercussão pública. Um deles é o facto de envolver muito dinheiro, ter sido um ajuste directo, e ter sido feito sem o conhecimento da assembleia de freguesia. Segundo escrevemos em Outubro de 2022, onde contamos quase tudo, há um parecer jurídico que confirma que o ajuste directo do arrendamento da Casa Mortuária de Fátima, feito pelo presidente da junta, Humberto Silva, está ferido de irregularidade porque o autarca deveria ter pedido autorização à assembleia de freguesia antes de celebrar o contrato. A situação consta de um parecer jurídico solicitado à Universidade de Coimbra pela anterior presidente da assembleia, Carina João Oliveira, quando o assunto foi apresentado a este órgão por Humberto Silva dez meses depois de o contrato já estar assinado.
Há ainda um empréstimo de 200 mil euros da empresa arrendatária à junta de freguesia, supostamente para ajudar a autarquia a comprar um terreno para ampliação do cemitério, e o facto de, na altura em que o assunto foi notícia, a empresa já estar a pagar renda da casa mortuária sem fazer obras, tendo deixado caducar a licença das mesmas por duas vezes.

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