Sociedade | 30-11-2025 21:00

Multinacional suíça processa empresa de água mineral do concelho da Chamusca

Multinacional suíça processa empresa de água mineral do concelho da Chamusca

Uma fornecedora internacional de material para produção de garrafas de plástico recorreu ao Tribunal de Santarém para receber 1,4 milhões de euros, que diz ter tido de prejuízo por quebra de encomendas da empresa que explora a nascente de água mineral de Ulme, juntamente com outra empresa do mesmo grupo. As rés justificam a falha contratual com as dificuldades resultantes da pandemia de Covid-19.

A empresa de águas minerais de Ulme, no concelho da Chamusca, Aguarela do Mundo, está a responder em tribunal por causa de um alegado incumprimento com uma empresa suíça que lhe fornecia a matéria-prima para a produção de garrafas de plástico. Em causa está 1,4 milhões de euros de prejuízos que a Polymers Trading International AG (PTI) diz ter sofrido com a quebra de encomendas que estavam contratadas com aquela empresa e com outra que está no mesmo grupo e tem o mesmo administrador, a Outeirinho, de Fafe, também ré no processo. As rés acusam a PTI de gestão descuidada. A autora da acção diz que as duas empresas tiveram uma postura de repetidas ameaças.
As relações comerciais entre as empresas já têm uma década e as aquisições do material para fazer as garrafas eram feitas através dos valores variáveis do mercado na altura das encomendas. Mas no final de 2019 a administração das empresas que engarrafam e comercializam águas minerais decidiram negociar um preço fixo por tonelada para os anos de 2020, num valor total de 7,1 milhões de euros. Só que o preço de mercado veio a ficar mais baixo do que o fixado. Segundo o descrito pela autora no processo, as compradoras pediram para adiar duas encomendas por dificuldades de escoamento de stocks, que foram retomadas de seguida. Mas dá-se a pandemia de Covid-19 e as relações empresariais entre as partes deterioram-se.
A autora da acção diz que procurou soluções para ir ao encontro das necessidades das rés, alegando que estas tiveram uma postura de ameaça de não-cumprimento do contrato e de negociação com outra empresa a preços variáveis mais reduzidos. Entretanto, seguiu-se uma encomenda abaixo das quantidades contratadas e outras duas com descontos, sendo que uma delas também ficou abaixo da quantidade. Após Setembro de 2020, diz a PTI, as clientes recusaram fazer mais encomendas. A fornecedora conseguiu vender a outros o que não tinha sido entregue e diz que ficou com um prejuízo de 1,4 milhões de euros entre o valor contratado e o que conseguiu receber. Mas as rés consideram que a empresa suíça podia ter alcançado uma receita mais elevada na venda a terceiros se tivesse vendido a preços de mercado, “como uma entidade empresarial atenta, cuidadosa e diligente”.
A fornecedora diz que ficaram por entregar cerca de dois terços das encomendas acordadas e que ficou sem receber quase cinco milhões de euros. As duas fábricas, que comercializam sumos e águas minerais, mandaram para o processo gráficos a justificarem o que consideravam uma diminuição grave das vendas, tendo também sido reveladas conversações para a diminuição dos preços acordados. A fábrica de Ulme e a de Fafe queixam-se ainda de dificuldades relacionadas com o facto de lhes ter sido diminuído o plafond de crédito, que na prática significava que a obrigação de pagar as facturas passava de 90 dias para 30 dias.

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