Município quer comprar e disponibilizar casas de bairro devoluto em Alcoentre
Compra das moradias a privado, por parte da Câmara de Azambuja, tem como objectivo aumentar o parque habitacional a custos acessíveis no concelho. Bairro à entrada de Alcoentre está desabitado e entaipado há vários anos.
A Câmara de Azambuja tem interesse e vai entrar em negociações para tentar comprar as 12 moradias devolutas do Bairro de São Marcos, à entrada de Alcoentre, com vista à sua reabilitação e devolução à população a custos controlados, aumentando assim o parque habitacional acessível. A informação foi confirmada a O MIRANTE pelo vice-presidente do município, António José Matos (PS). “Existe interesse nesse bairro, até porque queremos fazer a diferença e consumar as oportunidades que possam vir a aparecer para criar arrendamento acessível porque temos a noção da falta de habitação que existe por todo o concelho”, disse ao nosso jornal à margem da reunião do executivo de 18 de Novembro.
Segundo António José Matos, o bairro pertence a um privado com o qual vão tentar chegar à fala para demonstrar interesse na aquisição das habitações e, caso se verifique, dar início ao processo que começará por um pedido de avaliação de imóveis. Para o autarca, “não faz sentido” haver um conjunto de moradias vazias à entrada de Alcoentre quando a falta de habitação é um problema no concelho.
Questionado sobre o modelo de financiamento, o vice-presidente do município adiantou que vai tentar obter apoio através do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) mas, caso não seja possível, a câmara avançará. Além do interesse neste bairro, a autarquia tem intenção de construir de raiz habitação a custos acessíveis em terrenos que são sua propriedade, sublinhou.
Aquisição dos bairros do Outeiro e Vale Judeus continua em banho-maria
Há anos que a Câmara de Azambuja anda em conversações com os vários governos, em particular com o Ministério da Justiça, numa tentativa de ficar com a posse dos bairros do Outeiro e de Vale de Judeus, também na freguesia de Alcoentre, que estão ao abandono. “Tem sido difícil. De cada vez que falamos há formas diferentes, nunca houve uma linha condutora. É um processo que se arrasta há muitos anos”, lamentou a O MIRANTE o vice-presidente da Câmara de Azambuja, sublinhando que “dentro do Estado há um problema de burocracia muito grande”.
Para António José Matos, a reabilitação destas habitações, que são mais de uma centena, e a sua devolução à população “faria completamente a diferença” no parque habitacional de um concelho que se está a desenvolver em termos de indústria. “Estão a desenvolver-se projectos industriais muito grandes entre Aveiras de Cima e Alcoentre, daí a nossa pressão para tentar trazer as casas devolutas para as pessoas. Vão ser necessárias para quem vai trabalhar naquelas indústrias que se estão a desenvolver”, disse.


