Coruche quer garantias do Governo sobre futuro do Destacamento da GNR
O futuro do Destacamento Territorial da GNR em Coruche voltou a gerar tensão política, com o vereador Dionísio Mendes a exigir esclarecimentos urgentes e o presidente da câmara, Nuno Azevedo, a anunciar pedidos de reunião à tutela. O município teme que decisões político-partidárias possam afastar a estrutura do concelho, apesar do investimento em curso no quartel.
O futuro do Destacamento Territorial da GNR em Coruche motivou uma troca de posições firmes no executivo municipal, com o vereador independente Dionísio Mendes a alertar para sinais preocupantes de que a unidade poderá vir a ser deslocada para outro concelho, nomeadamente Benavente ou Salvaterra de Magos.
“Este é um assunto que nos preocupa e que foi falado ao longo da campanha eleitoral”, afirmou o autarca, recordando que foi garantido há pouco mais de um mês que o Destacamento da GNR “continuaria em Coruche” e que grande parte dos efectivos se manteria no concelho. O vereador da oposição sublinha a importância estratégica da estrutura, desde sempre responsável por operar nos municípios de Coruche, Salvaterra de Magos e Benavente.
Dionísio Mendes criticou declarações recentes, embora legítimas, da presidente da Câmara de Benavente, Sónia Ferreira (PSD), que manifestou expectativas quanto à futura instalação do Destacamento da GNR no seu concelho. “Quero saber qual é a posição do presidente da Câmara de Coruche e o que é que já fez relativamente a esta matéria”, afirmou.
O presidente da Câmara de Coruche, Nuno Azevedo, garante já ter solicitado, com carácter de urgência, reuniões ao Comando Distrital da GNR e ao Ministério da Administração Interna, para esclarecer a localização futura do Destacamento e o ponto de situação das obras do quartel. “Não são questões que devem ser tratadas de forma ligeira. Tem de haver compromisso de quem tutela e saber realmente o que se passa”, disse o autarca, garantindo que o executivo está empenhado em defender “o que é de direito para Coruche”.
As obras em curso no quartel prevêem alojamentos para os militares do Destacamento da GNR, bem como espaços para a Escola Segura e para o Núcleo de Investigação Criminal. Nuno Azevedo lembra ainda que o posto provisório da GNR funciona em instalações arrendadas pela câmara à Misericórdia, pelo que é urgente conhecer prazos para planear o futuro.
“É normal que outros manifestem intenções, mas também é normal que expressemos a nossa indignação. Temos de saber junto da tutela o que realmente existe sobre isto”, afirmou o presidente, assegurando que Coruche quer manter o Destacamento, que ali está sediado “há muitos anos”. Recorde-se que as obras de requalificação do quartel de Coruche estão em fase final e deverão ficar concluídas dentro de poucos meses.
A Câmara de Coruche lembra que não existe qualquer decisão formal que coloque em causa a continuidade da unidade no concelho e que a Portaria n.º 1450/2008 estabelece Coruche como sede do Destacamento Territorial, só podendo essa realidade ser alterada por decisão do Governo publicada em Diário da República.
Disputa ganha força com novo aeroporto
A discussão intensificou-se após declarações públicas de Sónia Ferreira, presidente da Câmara de Benavente, que projecta para o concelho uma “nova centralidade” com a construção do Aeroporto Luís Vaz de Camões, em Samora Correia. A autarca anunciou uma comissão técnica para acompanhar o projecto e destacou a necessidade de reforçar estruturas de segurança.
Os actuais quartéis da GNR de Samora Correia e Benavente carecem de obras, estando em cima da mesa projectos de requalificação e, no caso de Benavente, até uma possível construção de um novo quartel.


