Sociedade | 02-12-2025 12:00

Proprietários que cederam terrenos para as obras na EN114 em Rio Maior ainda não receberam

Proprietários que cederam terrenos para as obras na EN114 em Rio Maior ainda não receberam
João Canadas junto à rotunda na EN 114, em Rio Maior, cuja construção ocupou terrenos que lhe pertenciam e aos irmãos - foto O MIRANTE

Donos de terrenos necessários para construção de rotunda na Estrada Nacional 114, em Rio Maior, ainda aguardam pela realização da escritura de compra e venda das parcelas cedidas. Um passo essencial para receberem a totalidade do valor acordado com o município. Alterações à lei do cadastro ajudaram a emperrar o processo.

A empreitada de requalificação e modernização da EN114, na ligação da A15 a Rio Maior, está concluída há dois meses mas ainda há donos de terrenos utilizados nas obras que não receberam a totalidade do montante acordado com o município, porque, pelo meio, houve alterações à lei do cadastro que ajudaram a emperrar o processo.
João Canadas, um dos herdeiros de terrenos usados para alargamento da via e construção de uma rotunda e respectivos acessos, disse a O MIRANTE que, pela informação que obteve do município em Outubro último, a escritura devia ter sido realizada no início de Novembro, mas ainda não foi celebrada. E sem esse passo não é transferido o montante em falta por parte do município. Até à data, foram pagos 20% dos 60 mil euros acordados, após a realização do contrato-promessa de compra e venda em Setembro de 2024, essencial para as obras poderem avançar nesses terrenos. “A obra já foi inaugurada e a escritura ainda não se fez”, constata.
O contrato-promessa de compra e venda foi assinado por uma irmã de João Canadas, como cabeça-de-casal da herança, e não estabelecia um prazo para a realização da escritura, o que ele considera estranho, referindo que já falou com o presidente da Câmara de Rio Maior sobre o assunto e que continua à espera de novidades.
Contactada por O MIRANTE, a Câmara de Rio Maior informa que o processo expropriativo das parcelas de terrenos que foram necessárias para a concretização da empreitada nesse troço da EN114 encontra-se concluído. No caso em concreto, o município confirma que chegou a acordo com os proprietários para aquisição da parcela de terreno por via do direito privado. “Pelo facto de ter coincidido com a entrada em vigor da nova Lei do Cadastro Predial, o processo sofreu alguns atrasos, nomeadamente a celebração da respectiva escritura pública de compra e venda, aguardando-se, nesta data, a sua marcação nos próximos dias”, revela a autarquia.

Uma obra de 7 milhões que valoriza a cidade
Refira-se que a empreitada de requalificação e modernização da EN114 na ligação da A15 a Rio Maior, que serve a zona industrial da cidade, foi da responsabilidade da empresa pública Infraestruturas de Portugal, mas a Câmara de Rio Maior assumiu as expropriações de terrenos necessários e o pagamento aos proprietários. Tratou-se de uma obra de quase 7 milhões de euros financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde o município também foi parceiro.
A intervenção, há muito prometida e reclamada, teve como objectivo a melhoria significativa das condições de acessibilidade, circulação e segurança, não apenas para o tráfego com origem e destino na zona industrial de Rio Maior, mas também para os veículos pesados e o tráfego de passagem proveniente da A15, que utiliza a EN114 como principal acesso à cidade.
Os trabalhos incluíram a construção de rotundas ao longo do traçado, com o objectivo de reduzir as velocidades de circulação. A faixa de rodagem foi marginada por passeios, ciclovias e percursos mistos.

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