"Na luta contra o cancro, o voluntariado não se mede em horas, mede-se em Humanidade"
Depoimento de Francisco Cavaleiro Ferreira, presidente do Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro, que conta que em 2025 mais de 130 mil mulheres realizaram rastreio que permitiram detectar 700 casos de forma precoce. Um contributo escrito no Dia Internacional do Voluntário, para lembrar que "o voluntariado não exige perfeição, nem horários rígidos, exige compromisso, solidariedade e humanidade". Um texto onde também se destaca a importância do voluntariado na missão da Liga e o compromisso dos que diariamente apoiam doentes oncológicos e as suas famílias.
O Dia Internacional do Voluntário, que celebramos a 5 de dezembro, é mais do que uma data simbólica: é um momento para reconhecermos o poder transformador daqueles que decidem dedicar parte do seu tempo a melhorar a vida de quem enfrenta o Cancro.
Na Liga Portuguesa Contra o Cancro, testemunhamos diariamente que o tempo é o bem mais precioso que podemos ter. Estar presente e dar o que pode do seu tempo, nem que seja por breves momentos, tem um valor inestimável. Por isso, quero agradecer profundamente a todos os voluntários que fazem a diferença junto de quem mais necessita.
Em 2025, o contributo dos voluntários permitiu conquistas que não são apenas números, são vidas impactadas. Realizámos 500 ações de sensibilização, chegando diretamente a 16 mil pessoas. Mais de 130 mil mulheres realizaram rastreios do Cancro da mama, que permitiram detetar 700 casos de forma precoce. E 4.500 pessoas participaram em rastreios de pele e oral, onde identificámos 190 lesões malignas numa fase inicial.
A força do voluntariado também se fez sentir no crescimento da nossa comunidade: este ano juntaram-se ao Núcleo Regional do Sul mais 500 novos voluntários e 2.300 pessoas participaram ativamente no peditório anual. Cada um deles provou que não é preciso muito tempo, basta querer contribuir.
Esta contribuição pode assumir muitas formas. No voluntariado hospitalar, os voluntários oferecem conforto, informação e esperança a quem se encontra em tratamento, humanizando a assistência ao doente oncológico. No voluntariado comunitário, os grupos de cidadãos sensibilizam para estilos de vida saudáveis, apoiam doentes e cuidadores, colaboram em ações de diagnóstico e promovem iniciativas de angariação de fundos.
O voluntariado de entreajuda, protagonizado por sobreviventes de cancro, leva coragem e empatia a quem está a enfrentar o seu próprio diagnóstico. E no voluntariado de competências, profissionais colocam o seu saber técnico ao serviço de causas concretas, desde ações de formação até projetos especializados. Em todas estas formas de estar presente, há um princípio comum: a vontade de estar presente para quem mais precisa.
Por isso, neste Dia Internacional do Voluntário, deixo um repto: se sente que tem tempo para dar, mesmo que seja pouco, junte-se à Liga Portuguesa Contra o Cancro.
O voluntariado não exige perfeição, nem horários rígidos, exige compromisso, solidariedade e humanidade.
Estamos de portas abertas para quem quiser fazer parte desta missão. Juntos, continuaremos a estar presentes.
Francisco Cavaleiro de Ferreira
Presidente do Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro


