Segurança Social só atende uma vez por semana em Samora Correia por falta de pessoal
O Serviço Local da Segurança Social em Samora Correia está a funcionar apenas uma vez por semana devido à falta de pessoal e essa entidade admite que está a reavaliar todas as suas instalações no distrito de Santarém. O presidente da Junta e a directora distrital confirmam que o futuro do espaço está em estudo, mas afastam, para já, um encerramento.
O futuro do atendimento da Segurança Social em Samora Correia continua em aberto, depois de a resposta no edifício local ter sido limitada à quarta-feira por falta de recursos humanos. A situação tem motivado preocupações na comunidade e o assunto foi mesmo discutido na última reunião do executivo da junta de freguesia, mas tanto este órgão autárquico como o Instituto da Segurança Social (ISS) confirmam que está em curso uma reavaliação mais ampla das instalações no distrito de Santarém.
Em declarações a O MIRANTE, o presidente da Junta de Freguesia de Samora Correia, Jorge Paiva, afirma que a limitação do atendimento resulta da dificuldade nacional em contratar pessoal. “Estão com muitas dificuldades, à semelhança de muitas áreas do país, em contratar pessoas. Já têm de ir buscar pessoas a outros concelhos e existe um centro da Segurança Social em Benavente com muito melhores condições”, refere.
O autarca admite que o edifício pode vir a ter outro destino, mas mantém reserva sobre as hipóteses em análise. “O papel da junta é influenciar, saber o que se passa, insistir e apresentar caminhos a quem toma decisões”, diz, sublinhando que a prioridade é sempre “defender os interesses de Samora”. Entre as possibilidades, aponta apenas que o espaço pode vir a receber vários serviços e pode também vir a ser gerido pela junta ou pela Câmara de Benavente, caso seja essa a solução encontrada.
Tendência é para a diminuição do atendimento presencial
Já a directora do Centro Distrital de Santarém do ISS, Paula Carloto, confirma a O MIRANTE que todos os equipamentos no distrito estão a ser reavaliados. “Tenho uma equipa interna a tratar deste processo no sentido de perceber o que é que está apto, não está apto, o que necessita de obras ou se interessa outro sítio”, esclarece, reforçando que a redução dos dias de funcionamento em Samora se deve unicamente à falta de pessoal.
A responsável recusa-se a avançar cenários. “Não lhe vou dizer, porque não sei. Estamos a reavaliar isso tudo”, afirma, adiantando que irá reunir com todas as câmaras municipais a partir do final de Dezembro e no início do próximo ano, no âmbito de vários dossiês, entre os quais o projecto-piloto “Frente para a Integração das Comunidades Apoiadas” (FICA), o acolhimento familiar e uma nova campanha dedicada aos cuidadores informais.
Questionada sobre a possibilidade de manter serviços que funcionem apenas um dia por semana, como o de Samora Correia, Paula Carloto diz que não existe ainda uma solução definida. Recorda, contudo, o exemplo recente de Alcanena, onde o ISS abandonou um edifício antigo e isolado para instalar uma “loja mais pequena, mais clean e mais próxima da população” no mercado municipal, mantendo o mesmo número de funcionários.
A directora do Centro Distrital de Santarém do ISS sublinha ainda que a tendência nacional é para a diminuição do atendimento presencial. “O mundo mudou e as pessoas já fazem muita coisa online; o atendimento presencial é cada vez menos”. Por isso, insiste, decisões futuras dependerão dos números, das necessidades e das condições de cada território. Apesar da indefinição, a responsável assegura que “o encerramento não está em cima da mesa”.


