Executivo de Abrantes diz ter ficado provado que obras na ribeira de Rio de Moinhos eram essenciais
Socialistas no executivo de Abrantes consideram que intervenções na ribeira de Rio de Moinhos impediram danos durante depressão “Cláudia” e que os problemas que existiram foram em zonas onde os proprietários não venderam os terrenos.
O vice-presidente do município de Abrantes, João Gomes (PS), referiu que as intervenções que geraram muita polémica na ribeira de Rio de Moinhos provaram ter sido essenciais, uma vez que impediram que houvesse mais inundações naquela zona do concelho após a passagem da tempestade “Cláudia”. O autarca disse mesmo que, embora a população tenha criticado muito a obra, e continue a criticar, a verdade é que as inundações que ocorreram nas localidades que se situam junto à ribeira aconteceram precisamente nas zonas onde residem os proprietários que optaram por não vender os terrenos. Um assunto que está a ser resolvido em tribunal, segundo afirmou João Gomes.
A discussão sobre as obras na ribeira surgiu depois da vereadora do PSD, Ana Oliveira, ter sugerido que há muitas intervenções no concelho, da responsabilidade do município, que estão há muito tempo projectadas mas que têm pouca ou nenhuma evolução. O vice-presidente não concorda com a posição da vereadora e deu o exemplo da obra na ribeira de Rio de Moinhos como um caso de sucesso.
A polémica sobre a ribeira de Rio de Moinhos promete continuar acesa, tanto na população como no debate entre autarcas. Recorde-se que tudo começou quando um grupo de populares exigiu o encerramento da obra por estar a ser destruída uma ribeira de água limpa e cristalina, alterando o seu curso natural e transformando-a numa vala gigante, com paredes de pedregulhos, seguros por rede e por tela 100% plástico. As obras originaram participações judiciais e duas providências cautelares para correcções no projecto.
Na altura, Manuel Valamatos referiu a O MIRANTE que a ribeira de Rio de Moinhos esteve abandonada durante vários anos e que era obrigatória fazer alguma coisa para a revitalizar. “Estive durante muito tempo a pressionar o Ministério do Ambiente para que tomássemos uma posição de requalificação daquela linha de água (…) Fez-se o projecto e foi validado. Nós queremos proteger as pessoas, os seus bens, e requalificar um recurso natural que esteve muitos anos abandonado. A grande maioria das pessoas parece-me que está absolutamente de acordo e existe agora algumas que têm outra visão”, declarou.


