Mais de dois mil utentes continuam sem médico de família no Entroncamento
Cerca de 2.200 utentes do Entroncamento continuam sem médico de família, o que representa perto de 27% da população. Para tentar responder a esta carência, a autarquia reuniu recentemente com a ULS do Médio Tejo em busca de soluções.
A falta de médicos de família no Entroncamento foi um dos temas debatidos na reunião de câmara de 2 de Dezembro. O presidente Nelson Cunha explicou que o município está a tentar avançar com soluções imediatas e estruturais para responder ao problema, que já atinge cerca de 27% dos habitantes, o que equivale a mais de 2.200 pessoas sem médico atribuído.
O vereador Mário Balsa (PS) já tinha alertado em reuniões anteriores para a sobrelotação do centro de saúde local e para a necessidade de avançar com alternativas, como o projecto Bata Branca, garantindo agora Nelson Cunha que a autarquia abordou o tema com a Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo. Segundo informação divulgada pelo município, o encontro juntou o presidente, o vice-presidente Hélder Gama e a vereadora Maria Figueira, numa sessão onde o conselho de administração da ULS confirmou que o Entroncamento terá mais um médico a prestar apoio clínico, embora não a tempo inteiro.
A reunião abordou ainda a descentralização de competências na área da saúde e o papel que os equipamentos municipais podem ter no apoio aos serviços públicos, tendo como resultado sido definido um regime de articulação permanente entre a autarquia e a ULS, com reuniões regulares e acompanhamento contínuo do número de utentes sem médico de família, das necessidades emergentes e dos recursos disponíveis. Em declarações a O MIRANTE, Nelson Cunha adiantou que o município manifestou à ULS a intenção de implementar o projecto Bata Branca no concelho, à semelhança do que já acontece noutros municípios da região e que a autarquia reunir-se-á “o mais breve possível” também com a Santa Casa da Misericórdia do Entroncamento para avaliar a viabilidade do serviço.
O projecto Bata Branca funciona como um complemento ao Serviço Nacional de Saúde, permitindo que munícipes sem médico de família tenham acesso a consultas de clínica geral asseguradas por Misericórdias ou outras entidades. O sistema é financiado em conjunto pelas autarquias e pela Administração Central do Sistema de Saúde, e funciona por marcação, ajudando a colmatar a carência de profissionais. São vários os concelhos da região ribatejana que têm em funcionamento este projecto.


