Sociedade | 09-12-2025 07:00

Ribatejo TentAjudar é uma força activa no trabalho solidário de apoio às famílias

Ribatejo TentAjudar é uma força activa no trabalho solidário de apoio às famílias
Associação de Azambuja cria projectos comunitários que têm mudado a vida de várias famílias - foto O MIRANTE

Nascida de um grupo de amigos da Azambuja, a associação mantém um trabalho solidário contínuo há mais de quatro anos, apoiando famílias e projectos sociais através de iniciativas comunitárias.

Fundada oficialmente há menos de um ano, mas com um percurso solidário que começou muito antes, a Ribatejo TentAjudar nasceu da vontade de um grupo de amigos da Azambuja que, há mais de quatro anos, se reunia de forma informal para apoiar quem precisava. Hoje, já como associação, mantém o mesmo espírito e dinamiza iniciativas que vão desde recolhas de bens a eventos cuja receita reverte integralmente para projectos sociais.
Segundo João Santos, 49 anos, um dos rostos mais activos do grupo, a solidariedade começou muito antes de existir qualquer estrutura formal. A criação da associação foi apenas “um passo natural”, que permitiu dar transparência ao trabalho e garantir que tudo fica documentado. “Não temos nada a esconder. Queríamos que qualquer pessoa pudesse ver o que fazemos”, explica. A formalização trouxe mais responsabilidade e alguma burocracia, com os membros ainda em fase de aprendizagem, mas nada mudou na essência do trabalho feito. “O que fazíamos antes, fazemos agora”, reforça Joana Sousa, 39 anos, um dos elementos mais envolvidos, sublinhando que todos os meses promovem iniciativas solidárias, desde caminhadas a festivais de sopas ou recolha de lixo nas praias. A acção mais recente foram quatro sessões de teatro no Pátio do Valverde, em Novembro, cuja receita será usada para criar uma mini-biblioteca no lar de Vale do Paraíso — a terceira construída pelo grupo. Tudo feito “no pouco tempo livre que cada um tem”, mas sempre com o objectivo de ajudar quem mais precisa.
Uma das maiores forças da colectividade é a ligação ao comércio local, tendo cerca de 30 estabelecimentos da Azambuja a colaborar como pontos de recolha, ajuda na divulgação de eventos ou até mesmo como pontes para potenciais beneficiários. “Achámos que ninguém ia querer perder tempo connosco, porque já estão ocupados com o seu negócio, mas foi o contrário. Abriram-nos as portas, desde mercearias, cafés, talhos e cabeleireiros”, conta Joana Sousa.

Voluntariado feito de empatia e desafios
A associação conta actualmente com nove membros, seis deles mais activos, tendo todos percursos diferentes, mas que partilham a mesma motivação. “Há um momento mágico, de segundos, quando uma pessoa te olha com verdadeiro agradecimento”, descreve Sofia Santos, que admite sentir grande gratificação pessoal em ajudar o próximo. Apesar de todos sentirem que o voluntariado “faz parte de quem somos”, admitem que também vem acompanhado de desafios, desde a gestão do tempo pessoal, os imprevistos que surgem em todos os eventos e a adesão por vezes aquém do esperado. “Mas não desistimos. A vontade de ajudar está sempre lá, e continuamos a dar o máximo que conseguimos”, sublinha Sofia Santos, de 46 anos. A maioria dos casos que a associação ajuda chega de várias zonas do país, sobretudo do sul de Santarém, e envolve crianças. “É o que mais nos sensibiliza”, admite João Santos, acrescentando que antes de se avançar com qualquer iniciativa, faz visitas às famílias e confirma que a situação é real. “Não fazemos um evento sem ter 100% de certeza de que aquela família precisa. Infelizmente, há quem se aproveite da bondade dos outros e queremos garantir que cada euro doado vai para o verdadeiro propósito”, destaca. Curiosamente, o grupo admite receber poucos pedidos de ajuda directamente da Azambuja, o que para João Santos significa que os serviços sociais locais estão a responder bem ou que muitas famílias sentem vergonha em pedir ajuda.
Apesar das dificuldades, o grupo tem ambições de fazer ainda mais, com João Santos a admitir que gostaria de ver o concelho de Azambuja conhecido pelo trabalho solidário que a associação faz. Contudo, todos são realistas e compreendem que projectos de maior dimensão só serão possíveis com mais tempo, voluntários e mais apoios. “Por agora, fazemos dentro dos meios que temos”, sublinha Joana Sousa, defendendo que o mais importante é manter o ritmo e a essência que os uniu.

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