Sociedade | 12-12-2025 10:00

Empresário de pedreiras em Fátima condenado a prisão por coacção a cliente

Empresário de pedreiras em Fátima condenado a prisão por coacção a cliente
Telmo Duarte foi condenado a dois anos de prisão com pena suspensa - foto arquivo O MIRANTE

Telmo Duarte, que explora pedreiras em Fátima, contratou um gestor de créditos que com outros dois elementos tentaram cobrar uma dívida de pedras a um árabe através de coacção e medo. O empresário que pertence ao coro da igreja e é voluntário no Santuário de Fátima apanhou uma pena suspensa de prisão, tal como os outros três arguidos.

O empresário de pedreiras em Fátima, Telmo Duarte, e o gerente de uma sociedade de recuperação de créditos, foram condenados a dois anos de prisão com a pena a ser suspensa por igual período por crimes de coacção agravada na forma tentada. Outros dois elementos recrutados pelo gestor de créditos para obrigar um árabe de uma empresa com sede nos Estados Unidos da América a pagar uma dívida na casa dos 56 mil euros, também foram condenados a penas de prisão de dois anos e de um ano e seis meses, igualmente suspensas. Os arguidos estavam também acusados de sequestro, crime de que foram absolvidos.
Telmo Duarte vendia pedras à empresa Ceravo com sede nos Estados Unidos da América há cerca de sete anos tendo acumulado uma dívida, que levou o empresário de Fátima a engendrar um plano para atrair o representante da empresa americana às instalações das pedreiras para o fazer pagar a dívida. Para isso contactou o gerente da empresa de recuperação de créditos Viável que arranjou dois elementos, sendo que um está preso desde 2023.
O empresário de Fátima, que toca viola no coro da igreja e faz voluntariado no santuário de Fátima, sabendo que não estava em Portugal no dia 22 de Fevereiro de 2022, tendo viajado para a Irlanda, atraiu a vítima às suas instalações em Fátima através do agendamento falso de uma reunião. Quando o ofendido chegou às instalações foi despojado do telemóvel e encaminhado para uma sala pequena, trancaram a porta e um dos arguidos apontou-lhe um objecto semelhante a uma pistola, que não se provou ser uma arma de fogo, e perante a insistência do ofendido de que não tinha qualquer dívida, um dos arguidos desferiu-lhe um murro na boca.
Passado pelo menos uma hora o empresário de gestão de créditos e os dois elementos que estavam consigo deixaram o árabe sair para o exterior, combinando encontrar-se com ele fora das instalações para lhe entregar o telemóvel que lhe tinham retirado. Nas buscas realizadas um ano após os acontecimentos foram encontrados na casa e no automóvel do gerente da empresa de recuperação de créditos dois bastões extensíveis. O tribunal de Santarém concordou com o Ministério Público que Telmo Duarte e os restantes arguidos actuaram com o propósito reiterado de produzir receio, medo e inquietação no ofendido. A favor do empresário de exploração de pedreiras esteve a sua integração social e familiar.
Os arguidos foram julgados pelos crimes imputados pelo Ministério Público de sequestro e extorsão agravada na forma tentada, mas o colectivo de juízes do Tribunal de Santarém entendeu que estava antes em causa uma situação de coacção agravada na forma tentada, alterando assim a tipificação dos crimes.

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