Sociedade | 13-12-2025 18:00

Projecto da nova biblioteca do Entroncamento com alterações por instabilidade no terreno

Projecto da nova biblioteca do Entroncamento com alterações por instabilidade no terreno
foto dr

Problemas no solo causados pelas chuvas intensas obrigam agora a ter que se recuar muros de suporte e à revisão do parque subterrâneo do projecto, levando à diminuição de 74 para 70 lugares de estacionamento.

A empreitada da nova centralidade da zona norte, que inclui a construção da nova Biblioteca Municipal do Entroncamento, voltou a gerar debate político depois de o empreiteiro ter identificado instabilidade no terreno junto aos edifícios habitacionais, impossibilitando a execução das escavações previstas no projecto inicial. A situação obrigou o projectista a apresentar uma solução alternativa, que implica deslocar dois muros de suporte mais para o interior do terreno e reduzir de 74 para 70 os lugares de estacionamento do piso subterrâneo.
O presidente da câmara, Nelson Cunha, explicou que a instabilidade foi identificada após os recentes períodos de chuva intensa e que a alteração “é obrigatória para garantir a segurança e a continuidade dos trabalhos”, assegurando que não haverá custos adicionais para o município. O autarca afirmou ainda que, apesar de o executivo ter herdado o projecto, cabe agora garantir que o que está previsto é cumprido e fiscalizado, lamentando apenas a perda de quatro lugares de estacionamento num concelho onde essa carência é recorrente.
O vereador Rui Madeira (PSD) deixou várias críticas a certas vertentes do projecto, começando por lamentar que não tenham sido seguidos “os procedimentos adequados” para prevenir o deslizamento de terras. Sublinhou também que esta nova alteração confirma que não foi respeitado o compromisso assumido no anterior mandato pelo PS de alargar a rua adjacente à biblioteca para 7,5 metros, condição que o PSD afirma ter imposto para viabilizar a obra na altura. “Queremos deixar aqui esta nossa nota de desagrado relativamente a esta situação, que vai comprometer o futuro deste local, que podia ser realmente um local feito em condições”, sublinhou. O vereador chamou ainda a atenção para a inexistência de passeios naquela via, alertando que a solução actual e falta de cumprimento do pedido de alargamento da via vai “estrangular a circulação” e comprometer o ordenamento urbano naquela zona. “Vamos fazer fazer uma obra que é a nova centralidade, que é uma obra importante que vai dar outra imagem ao concelho e a rua adjacente à biblioteca nem sequer tem passeios. É lamentável esta situação”, salienta.
O vereador Ricardo Antunes (PS), argumentou que as alterações agora propostas são decorrentes de imprevistos típicos de uma obra desta dimensão e que a instabilidade do solo pode variar significativamente dentro da mesma área. Relativamente à discussão antiga em torno da via proposta pelo PSD para desviar trânsito, reiterou que essa solução não é viável tecnicamente nem financeiramente, defendendo antes o reforço de uma circulação externa, articulada com a A23 e com a zona industrial.
O presidente da câmara reconheceu que existem visões políticas distintas sobre o desenho da nova centralidade, mas apelou a que haja consenso e lembrou que muitas opções já não podem ser alteradas, dado que a obra está em andamento. A proposta de alteração foi aprovada por maioria, com duas abstenções do PSD.

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