Sociedade | 13-12-2025 12:00

Salvaterra de Magos quer criar rede para apoiar quem cuida de familiares dependentes

Salvaterra de Magos quer criar rede para apoiar quem cuida de familiares dependentes
FOTO ILUSTRATIVA - FOTO DR

Rede Municipal de Apoio a Cuidadores Informais pretende identificar necessidades, reforçar competências e garantir momentos de descanso a quem presta cuidados no concelho.

A Câmara de Salvaterra de Magos está a preparar a implementação de uma Rede Municipal de Apoio a Cuidadores Informais, que pretende promover o bem-estar e a capacitação das pessoas que prestam cuidados no concelho. Nesta primeira fase do projecto, pretende-se recolher contributos da comunidade e das entidades parceiras para a elaboração do projecto final, ficando a versão actual disponível no site do município.
A autarquia explica que o projecto inclui “a identificação e caracterização dos cuidadores”, “a criação de uma rede de apoio técnico e comunitário”, bem como “acções formativas e grupos de partilha”. Estão previstas também a criação de um Gabinete de Apoio Integrado, sessões sobre técnicas de cuidado, saúde mental e direitos, e uma bolsa de voluntários.
O município quer desenvolver a rede em parceria com entidades locais e regionais e, numa primeira fase, está a recolher contributos da comunidade e parceiros para a versão final do projecto, adiantou a presidente da autarquia, Helena Neves. Em declarações a O MIRANTE prestadas à margem das Jornadas da Saúde, do Social e da Educação, a autarca explicou que a reflexão sobre o tema tem vindo a ganhar espaço na rede social do concelho, sobretudo pela constatação de que “quem cuida também merece ser cuidado”.
Segundo Helena Neves, há cuidadores que passam anos sem um dia de descanso e que, mesmo tendo acesso ao Estatuto de Cuidador Informal da Segurança Social, continuam a necessitar de ter pausas, deslocações simples ou acompanhamento técnico. “É muito esgotante e, muitas vezes, o cuidar do outro inibe o cuidador de ter uma vida normal”, afirma.
A autarquia pretende envolver voluntários que possam assegurar pequenas substituições temporárias, permitindo que os cuidadores tenham tempo para tarefas simples, como ir às compras ou ao cabeleireiro, sem deixar a pessoa dependente sozinha. “Cada caso é um caso, e terá de haver avaliação dos perfis, mas acreditamos que esta rede pode melhorar a vida das pessoas”, referiu Helena Neves.
O município quer ainda avançar com um programa específico de descanso do cuidador, “Tempo para Si”, que integrará respostas temporárias de apoio, além de criar uma bolsa de voluntários e um guia digital de recursos. A autarquia sublinha que o sucesso da rede depende do trabalho conjunto com as instituições particulares de solidariedade social, unidades de saúde, escolas e outras entidades locais, que estão frequentemente na linha da frente da identificação de situações de sobrecarga dos cuidadores.
Embora a fase de diagnóstico esteja a decorrer, Helena Neves admite que o número de cuidadores informais no concelho poderá atingir “algumas dezenas”. Como revela, “sabemos que há muitos casos que precisam de apoio, mas só em conjunto conseguiremos chegar a todos”.

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