Águas do Ribatejo aumenta tarifas para garantir equilíbrio financeiro e investimentos
A empresa intermunicipal de capitais públicos que serve sete municípios com cerca de 150 mil pessoas vai fazer uma actualização das tarifas, justificando a necessidade de continuar a prestar um serviço adequado sem sobressaltos económico-financeiros. A Águas do Ribatejo diz ser sensível à situação que as famílias e as entidades atravessam, mas não tem outra hipótese perante o quadro de incerteza internacional.
Os consumidores de água nos sete municípios fornecidos pela empresa intermunicipal Águas do Ribatejo vão em 2026 pagar mais 2,4% de tarifa em relação a este ano de 2025. A empresa de capitais unicamente públicos diz que é inevitável a actualização das tarifas, apesar de reconhecer a situação difícil que as famílias, empresas e instituições estão a enfrentar, justificando o aumento com a sustentabilidade financeira e a necessidade de fazer investimentos e concluir os que estão em curso. Mas não é garantido que a subida do preço se mantenha nesta percentagem, com a empresa a admitir fazer revisões extraordinárias das tarifas se se verificar um agravamento da situação de incerteza que se vive internacionalmente.
Em 2026 os consumidores do primeiro escalão, até cinco metros cúbicos de água consumida, pagam 0,4820 euros por m3, que sobe para 1,1014€ no segundo escalão (5 a 15 m3) e 1,8323€ no terceiro escalão (15 a 25 m3). Quem consumir água acima dos 25 metros cúbicos paga 2,9823€ por m3. Os clientes comerciais e industriais têm uma tarifa de 1,8323€ para consumos até 50 m3 e 2,9823€ para quem ultrapassar os 50m3. A empresa mantém o tarifário social para agregados familiares com mais baixos rendimentos e o tarifário familiar com reduções nas tarifas para agregados familiares com mais de quatro elementos.
A tarifa variável de saneamento indexada aos consumos de água para clientes domésticos é de 0,3351€ para o primeiro escalão, 0,8352€ (2º escalão) 1,4688€ (3º escalão) e 1,8460€ (4º escalão). Os não domésticos comerciais e industriais pagam entre 1,4688€, 1,8460€ e 0,8352€. Nos outros serviços que a Águas do Ribatejo presta, a limpeza de fossas em zonas sem rede de saneamento tem uma tarifa fixa (por deslocação até 8 m3) de 63,07€, mas o cliente pode optar por uma tarifa variável de 1,4688€ por metro cúbico. Em instalações localizadas em zonas com rede de saneamento, a tarifa fixa (por deslocação até 8m3) é de 147,76€ e a tarifa variável é de 1,8460€ por m3. A suspensão e reinício de ligação do serviço por incumprimento do utilizador vai de 53,30€ a 296,10€.
A empresa - que serve os municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas - refere na nota justificativa da proposta de tarifário que “é essencial assegurar a manutenção do equilíbrio económico-financeiro da empresa”. E acrescenta que isso é importante “não só para preservar a sua capacidade de investimento (presente e futura), fundamental para manter níveis de serviço adequados para os utilizadores dos serviços, mas também para evitar que eventuais desequilíbrios possam onerar os municípios”. A Águas do Ribatejo justifica também a actualização do tarifário para não colocar em causa a possibilidade de aceder a financiamentos comunitários.
Os investimentos previstos pela empresa em 2026 situam-se na ordem dos 16 milhões de euros, o que representa um aumento de 24,5%. Mas há situações que ficam dependentes da obtenção de apoios comunitários e que estão relacionados com intervenções mais profundas de construção ou remodelação nos sistemas de saneamento. Neste caso ficam em espera as obras em Benfica do Ribatejo (Almeirim), Foros de Almada (Benavente), Arripiado (Chamusca) e Parceiros da Igreja (Torres Novas). Quanto ao financiamento bancário, de um total de 38,3 milhões de euros, a empresa terá no final de 2026 em dívida cerca de 26 milhões de euros, uma vez que para executar o plano financeiro de 2026 tem necessidade de utilizar ao longo desse ano 7,5 milhões.


