Sociedade | 17-12-2025 07:39

“O concelho da Chamusca tem sido gerido como uma loja de aldeia”

“O concelho da Chamusca tem sido gerido como uma loja de aldeia”

Tiago Prestes foi vereador na Câmara da Chamusca. Nesta entrevista aponta o dedo à falta de estratégia e ao facto do concelho estar cada vez mais isolado. Questionado sobre a última campanha eleitoral em que não conseguiu ser eleito denunciou tentativas de aliciamento e desonestidade do actual vereador e ex-presidente da Junta da Chamusca, Rui Martinho.

Por que foi parar à política quando tem uma vida estável? Essa é uma pergunta gira, porque realmente o mundo da política é o contrário da minha forma de estar na vida. Começou tudo com a Dona Nani, Maria Manuel Cid, ex-vereadora do CDS na Chamusca. Um dia falou comigo, em casa, já doente, e pediu por tudo para não deixar cair o CDS no concelho. E tenho tentado cumprir essa promessa, fazendo política de uma forma positiva, nunca apontando o dedo a ninguém.
Aceitou ser candidato à câmara pela coligação PSD/CDS. Arrepende-se? Não, mas confesso que não estava à espera. A verdade é que aceitei porque sentia que o concelho estava a perder qualidades, ia perdendo gente e serviços, estando cada vez mais isolado. Sempre representei o concelho enquanto cabo do Grupo de Forcados do Aposento da Chamusca e senti que o devia fazer a nível político também. Aprendi muito como vereador na oposição. Estive perto das pessoas e dos problemas. Temos de pensar este concelho de forma muito diferente daquela que tem sido pensada. As opções estratégicas tomadas pelo anterior executivo não foram as correctas, do meu ponto de vista. Espero que o executivo actual tenha coragem de meter as mãos na massa e fazer o que precisa de ser feito. O desenvolvimento da Chamusca não pode continuar a depender de requalificações e da construção de novos edifícios. Precisamos de políticos que sintam a importância da missão de servir as pessoas.
Quais são os principais problemas da Chamusca? Um dos principais é o isolamento e a falta de capacidade de chegar aos gabinetes que decidem, nomeadamente em Lisboa. Temos de sair do nosso quintal. A Chamusca vive um grave problema de injustiça social, nomeadamente em relação às acessibilidades. Não há habitação disponível e a saúde é aquilo que já sabemos. Se um presidente da câmara não tiver a coragem de ser arrojado e de fazer pressão em quem decide, não está lá a fazer nada. Tivemos um homem na gestão da nossa autarquia que foi isso tudo, o Sérgio Carrinho.

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