ULS Médio Tejo abre mais camas face à pressão nas urgências devido à gripe
Plano de contingência para a gripe na ULS prevê vários níveis de resposta ajustados à pressão sobre os serviços de saúde, desde a monitorização em contexto de actividade sazonal normal, passando por fases de alerta com reforço progressivo de equipas.
A Unidade Local de Saúde (ULS) Médio Tejo registou nas primeiras duas semanas de Dezembro um aumento da actividade gripal, o que levou à activação do nível 1 do Plano de Contingência e à abertura de 16 camas adicionais de internamento. Num comunicado enviado à imprensa, a ULS refere que, nas cinco urgências hospitalares da região — Abrantes, Tomar e Torres Novas, incluindo as urgências pediátrica e de ginecologia-obstetrícia —, foi registada uma média diária de 443 atendimentos, com o dia 9 de Dezembro a destacar-se, com 520 casos. A vigilância laboratorial tem identificado a gripe A como a infecção predominante, com uma taxa média de positividade de 14%, atingindo 22,2% em 14 de Dezembro, e registou-se apenas um caso positivo de SARS-CoV-2 (Covid-19).
O aumento da procura afectou também os Cuidados Intensivos, onde o número de doentes internados com gripe A passou de um para cinco, acompanhados de forma permanente pelas equipas clínicas. Nos Cuidados de Saúde Primários, a média diária de consultas manteve-se em 283 atendimentos, incluindo dois serviços complementares ao fim de semana, com 612 casos no dia 9, e a ULS evidencia o “papel central” da resposta de proximidade às situações clínicas menos graves. Na terça-feira, 16 de Dezembro, a Urgência Médico-Cirúrgica de Abrantes registava 38 utentes internados e em observação devido a complicações respiratórias, com tempos médios de espera de duas horas e 40 minutos para doentes com pulseira verde (pouco urgentes) e de oito minutos para os casos urgentes.
Sem suspender actividades cirúrgicas ou programadas, a ULS Médio Tejo indica que reforçou as medidas de prevenção e controlo da infecção, nomeadamente o uso de máscara cirúrgica para profissionais e utentes com sintomas respiratórios, e apela à vacinação sazonal, sobretudo para crianças da primeira infância, doentes crónicos, idosos e outros grupos de risco, aconselhando a deslocação aos centros de saúde ou farmácias comunitárias. O organismo recomenda ainda a utilização responsável dos serviços, privilegiando contacto prévio com a Linha SNS24 (808 242 424) e atendimentos em cuidados de saúde primários para situações menos graves, para garantir respostas seguras, tempos de espera mais curtos e redução do risco de infeções. A atividade epidemiológica continua a ser “monitorizada diariamente, com ajustamento contínuo dos recursos e articulação entre hospitais, unidades de saúde familiar e serviços de urgência”.


