Suspeito português de ataques nos EUA foi aluno brilhante em Torres Novas
As autoridades norte-americanas identificaram um cidadão português, com percurso escolar marcado pelo destaque académico em Torres Novas, como principal suspeito de dois crimes que abalaram o meio universitário nos Estados Unidos.
Um cidadão português, natural de Torres Novas e antigo aluno destacado da Escola Secundária Maria Lamas, é o principal suspeito do homicídio do físico Nuno Loureiro, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e do tiroteio ocorrido no campus da Universidade de Brown, em Rhode Island, anunciaram as autoridades norte-americanas.
O suspeito foi identificado como Cláudio Manuel Neves Valente, de 48 anos, antigo aluno da Universidade de Brown, com nacionalidade portuguesa e última morada conhecida em Miami. Foi, entretanto, encontrado morto numa unidade de armazenamento em Salem, no estado de New Hampshire, tendo a polícia indicado que morreu devido a um ferimento de bala auto-infligido e que terá agido sozinho.
O ataque na Universidade de Brown, ocorrido no sábado, dia 13 de Dezembro, provocou a morte de dois estudantes e ferimentos em outras nove pessoas. Já na segunda-feira à noite, dia 15, em Brookline, Cláudio Neves Valente terá morto a tiro Nuno Loureiro, de 47 anos, que acabaria por morrer no hospital na madrugada seguinte.
A investigação permitiu ligar os dois crimes através de uma viatura alugada em Boston, identificada por registos e imagens de videovigilância, que foi vista junto ao campus universitário e mais tarde perto da residência do professor do MIT. No interior do automóvel foram encontrados elementos coincidentes com os recolhidos no local do ataque.
Natural de Torres Novas, Cláudio Neves Valente destacou-se enquanto aluno na Escola Secundária Maria Lamas, onde era considerado brilhante a Física e participou nas Olimpíadas da disciplina, tendo sido, aos 17 anos, um dos cinco alunos seleccionados para uma competição nacional. Prosseguiu estudos no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, antes de se mudar para os Estados Unidos, onde entrou com um visto de estudante e obteve autorização de residência permanente em 2017.
As autoridades mantêm a investigação em curso quanto às motivações dos crimes.


