Sociedade | 20-12-2025 15:00

Município do Cartaxo continua em guerra aberta com a empresa Cartágua

Município do Cartaxo continua em guerra aberta com a empresa Cartágua

Presidente da câmara e vereadores criticaram na última sessão camarária a falta de investimento, falhas no serviço e desacordos constantes com a empresa Cartágua.

A revisão do tarifário da água para 2026 voltou a gerar debate na última reunião da Câmara Municipal do Cartaxo. O presidente João Heitor abriu o ponto lembrando que este é já o quarto ano consecutivo em que a proposta da Cartágua chega à autarquia com divergências sobre a fórmula de cálculo, situação que tem motivado sucessivos pareceres da ERSAR e que mantém as duas entidades em conflito.
Segundo João Heitor, a Cartágua insiste numa fórmula de actualização que a autarquia considera incorrecta, tendo a ERSAR dado razão ao município. “Eles não abdicam da sua posição, nós não abdicamos da nossa e estamos em tribunal com isto”, resumiu o autarca, lamentando ainda que a empresa continue sem pagar as retribuições anuais previstas no contrato. Apesar das divergências, João Heitor sublinhou que a diferença final no tarifário “não é materialmente relevante”, mas reforçou que a autarquia continuará a exigir melhoria na qualidade do serviço e da água fornecida.
O vereador Luís Albuquerque, que substituiu a vereadora Luísa Areosa, do Chega, elogiou a postura do executivo por contestar o tarifário e apontou várias irregularidades, incluindo a cobrança da instalação de contadores, que diz ser ilegal. Aproveitou também para insistir nas queixas que têm existido por parte dos munícipes como a água amarelada, excesso de calcário e cortes frequentes no abastecimento, muitas vezes sem previsão de reposição. O vereador criticou ainda o “fraco investimento” na expansão da rede, apontando que em 2024 esta cresceu apenas 70 metros, contrastando com as 500 fossas limpas. “Ganha-se mais dinheiro a realizar limpezas de fossas do que a estender a rede”, acusou, deixando um voto de protesto e anunciando a abstenção do Chega na votação do ponto. Também o vereador Ricardo Magalhães (PS) defendeu a importância de exigir o cumprimento rigoroso do contrato de concessão, sublinhando que cabe à câmara garantir que a Cartágua não se desvia das responsabilidades que lhe estão impostas.
Na questão das fossas, João Heitor relembrou que a empresa é obrigada a assegurar limpeza de fossas, dado que todos os consumidores pagam taxa de saneamento sem ligação à rede, mas concordou com a crítica ao reduzido investimento na expansão da rede. O presidente adiantou ainda que a Comissão de Acompanhamento da Concessão foi reactivada após vários anos sem existir e tem funcionado regularmente. Embora reconheça que a autarquia precisa de manter uma relação funcional com a concessionária, o presidente assegurou que o município não vai abdicar de um “nível de exigência elevado” e de procurar “o melhor resultado possível” para a população dentro do actual contrato com a Cartágua.

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