Sociedade | 23-12-2025 21:00

Francisco Oliveira volta a funcionário da câmara a que presidiu

Francisco Oliveira volta a funcionário da câmara a que presidiu
Francisco Oliveira - foto O MIRANTE

Durante 12 anos quis estar o mais próximo possível das pessoas do seu concelho e a família foi ficando para trás até nas prendas de Natal.

Durante 12 anos quis estar o mais próximo possível das pessoas do seu concelho e a família foi ficando para trás até nas prendas de Natal. Francisco Oliveira, o socialista que saiu dos serviços da Câmara de Coruche para ser presidente da mesma autarquia e que saiu da política, por limitação de mandatos, para voltar ao lugar onde tinha estado na Divisão de Urbanismo e Ordenamento do Território, na área da fiscalização, confessa que em muitas épocas natalícias deixava as compras de presentes para a última hora. Assume mesmo que algumas vezes, com tantas preocupações para resolver os problemas dos munícipes, esqueceu-se das compras natalícias.
O ex-autarca e agora funcionário, que está a fazer a transição de uma vida agitada com tranquilidade, mas confessa que não é um processo automático nem fácil e que precisa de tempo para se consolidar. O que vale, das épocas em que era requisitado para todas as cerimónias, festas e jantares de Natal, é que ainda o vão convidando para algumas iniciativas, “mais por ser quem sou do que por ser o que fui”, salienta. Francisco Oliveira diz que, além de se estar a adaptar a uma vida menos acelerada em termos pessoais, também se está a adaptar à sua profissão, porque é preciso actualizar-se e acompanhar os actuais procedimentos. “Já sabia que o meu tempo de autarca ia acabar, aprendi a aceitar isso com tranquilidade e estou a fazer o caminho sem sintomas de Burnout”. Mas realça que não é possível passar de uma fase para a outra como quem desliga um interruptor. Do que sente mais falta é da característica sonhadora enquanto autarca, a realização, o fazer acontecer e as saudades desses momentos não se ultrapassam de forma abrupta. Talvez por ainda estar com um pé fora e com outro pé ainda ligado ao passado recente, Francisco Oliveira diz que estará sempre disponível para colaborar para o bem da terra, ajudando, se for necessário e solicitado, o novo executivo camarário.
Tal como antes, o Natal hoje tem o mesmo significado, o do convívio familiar, o de pensar nos outros que estão mais vulneráveis, o estar à lareira a beber um copo para reconfortar. E quanto ao presente que mais gostaria de receber neste Natal como cidadão comum, Francisco Oliveira recua muitos anos atrás demonstrando a humildade do seu percurso. “Qualquer prenda é boa, desde que seja oferecida com carinho e amor”, revela, acrescentando que fica feliz se nesse registo lhe oferecerem uma garrafa de vinho do Porto para fazer companhia em alguns momentos de convívio e reflexão ao som do crepitar da lareira. Até um par de peúgas e umas cuecas podem ser presentes que o alegram, recordando os tempos em que esses dois artigos eram os quais mais recebia porque a família não tinha possibilidades para mais.
Na consoada não vai em modas e senta-se à mesa para degustar bacalhau cozido com couves, temperado com calor humano, sublinhando que não é na sumptuosidade do jantar natalício que está a felicidade, mas sim na saúde. Porque com saúde a vida é mais fácil.

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