Sociedade | 23-12-2025

Leonilde Paiva chegou aos 103 anos a pedir saúde

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Leonilde Paiva chegou aos 103 anos a pedir saúde

Há 103 anos, no dia mais curto do ano, nasceu Leonilde Paiva. Uma mulher de vida longa, muito trabalho e pouco namoro. Foi das primeiras a tirar a carta de condução em Azambuja para poder ir vender o que produzia na horta, em Casais de Baixo. O número de centenários tem aumentado em Portugal e constitui um desafio os lares, alerta a directora técnica da Santa Casa da Misericórdia de Azambuja.

Durante infância, em vez de ir para a escola, Leonilde Paiva guardava ovelhas mas, mesmo assim, aprendeu a ler. Ainda hoje, já depois de ter passado a barreira dos 100 anos tem na leitura o seu passatempo de eleição. Prefere revistas cheias de cor e não se atrapalha com as letras miúdas que junta com a facilidade com que noutros tempos colhia o que a terra dava. A sua vida foi de muito trabalho, na quinta da família, em Casais de Baixo, no concelho de Azambuja, onde produzia um pouco de tudo. Couves, batatas, alfaces e coentros eram depois de apanhados transportados numa carroça puxada por uma mula para o mercado da vila, até o seu avô decidir que era melhor Leonilde tirar a carta de condução. E assim foi. Antes dos anos 60 tornou-se numa das primeiras mulheres de Azambuja a ter habilitação para conduzir.

No dia mais curto do ano, aquele em que completa 103 anos, é ela que é guiada na sua cadeira de rodas por uma das auxiliares do lar da Santa Casa da Misericórdia de Azambuja para a sala onde conversa com O MIRANTE. As memórias daqueles tempos surgem-lhe como peças soltas de um puzzle que nem sempre encaixam no discurso. Outras vezes fala como se os acontecimentos tivessem ocorrido no dia anterior. A chuva que vê cair do lado de dentro da janela lembra-lhe a que ouvia bater nos vidros da “carreira” quando ia em passeio conhecer um lugar novo. Leonilde não casou nem teve filhos. “Eu? Não era de namoros”, atira, confessando que se apaixonou uma vez na vida. Depois pergunta porque está ali e porque está alguém a tomar notas sobre o que diz. “É o dia do seu aniversário”, lembra-lhe a directora técnica, Cristina Rodrigues, dando-lhe um beijo. “Ah, tenho-me lembrado todos os dias deste mês mas hoje ainda não me tinha lembrado. É hoje que é dia 22? Mil obrigados, quero é saúde e mais nada”, diz.

*Artigo completo numa próxima edição semanal de O MIRANTE.

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