Sociedade | 25-12-2025 12:00

Polícia Municipal e videovigilância levantam dúvidas na Câmara do Entroncamento

Polícia Municipal e videovigilância levantam dúvidas na Câmara do Entroncamento
foto ilustrativa - FOTO DR

Na discussão do orçamento municipal todos os partidos concordaram com o reforço da segurança, mas divergiram quanto ao modelo, meios e papel de uma possível Polícia Municipal, que deverá começar com o mínimo de seis agentes.

A segurança foi um dos poucos temas a gerar consenso político no debate do orçamento do Entroncamento, com todos os partidos a concordarem com a necessidade de avançar com sistemas de videovigilância, ainda que com algumas reservas do PS quanto à forma de implementação de uma futura Polícia Municipal.
O vereador do PSD, Rui Madeira, saudou a inclusão de propostas antigas da oposição, como a videovigilância, os radares de controlo de velocidade e os guardas-nocturnos, embora considere que, neste último caso, a verba prevista é “quase simbólica”. Já no que toca à Polícia Municipal, Rui Madeira mostrou maior preocupação, afirmando que apesar de existir uma verba próxima dos 180 mil euros para a recuperação da antiga esquadra da PSP, destinada a acolher este novo corpo, não há informação clara sobre o número de agentes previstos. “O projecto ou arranca bem ou corre o risco de criar problemas”, salientou, defendendo maior transparência. Já o vereador Mário Balsa (PS) deixou alertas quanto à necessidade de articulação entre investimentos. No caso da modernização da sinalética, considerou essencial que o plano de mobilidade esteja concluído antes de avançar, para evitar despesas desnecessárias e quanto à Polícia Municipal, sublinhou o seu carácter complementar à PSP, alertando para o risco de uma abordagem excessiva que transforme o Entroncamento num “município policial”, em vez de um município seguro. “Tenho muita dificuldade que uma Polícia Municipal evolua no sentido de ser uma polícia de substituição da Polícia de Segurança Pública, pois isso depois tem impacto naquilo que é a questão do armamento utilizado e da tipologia de serviços que faz. Deve haver cuidado na implementação, para não passarmos do 8 para o 80”, ressaltou.
O presidente da câmara, Nelson Cunha, reforçou a ideia de complementaridade entre ambas as forças, explicando que a criação da Polícia Municipal surge da ausência de perspectivas de reforço da PSP no concelho. Para o autarca, a solução a este problema passa por libertar a polícia nacional de tarefas administrativas, como o trânsito, de forma a reforçar a presença da PSP no terreno. Garantiu ainda que o objectivo não é criar uma força focada na aplicação de coimas, mas sim aumentar a presença e a percepção de segurança na cidade. Já sobre o número de agentes, Nelson Cunha esclareceu que o projecto arrancará com o mínimo legal, entre seis e sete elementos, sendo depois ajustado de forma gradual às necessidades do concelho.

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