Sociedade | 26-12-2025 21:00

Benavente assume dificuldades na recolha de resíduos e prepara reestruturação

lixo contentores
foto ilustrativa

Com a maior parte da frota inoperacional, meios reduzidos e rotas de recolha desajustadas à actual realidade do concelho, a Câmara de Benavente admite dificuldades no serviço de resíduos urbanos e prepara reestruturação.

A Câmara Municipal de Benavente vai avançar com uma remodelação profunda dos serviços de higiene e limpeza urbana, com o objectivo de garantir uma recolha de resíduos mais eficaz de uma frota actualizada, mantendo, em simultâneo, o tarifário de recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) em 2026. A decisão de manter os valores praticados desde o início de 2025 foi aprovada por unanimidade em reunião do executivo municipal privada. No mesmo contexto, a presidente da câmara, Sónia Ferreira (PSD), traçou um retrato crítico da situação herdada no sector dos resíduos, que classificou como uma das “maiores dores de cabeça” do actual início de mandato.
“Estamos a trabalhar em alterações grandes na questão dos resíduos urbanos. Impacta naturalmente com a vida das pessoas, é uma má imagem que se passa para quem nos visita e para quem vem de passagem”, afirmou a autarca, sublinhando que o município recebeu uma frota “com sete a oito viaturas, das quais apenas duas estão operacionais”.
Segundo Sónia Ferreira, à margem de uma entrevista concedida a O MIRANTE, publicada nesta edição, a falta de investimento ao longo dos anos, associada ao crescimento da população e à manutenção das mesmas rotas de recolha “há 16 anos”, agravou um problema que não é exclusivo de Benavente. “É um problema nacional. Basta olhar para Santarém, Évora ou Lisboa, onde os autarcas foram fortemente criticados”, referiu, acrescentando que a situação é também potenciada por comportamentos pouco cívicos. “As pessoas não esperam pelo dia seguinte se a recolha não for feita naquele dia, colocam o lixo onde calhar, e há uma ideia de que, sendo um serviço público, alguém tem sempre de limpar, porque se pagam impostos”, afirmou.
Para responder às dificuldades, a autarquia aposta numa candidatura ao Fundo Ambiental, no âmbito do programa “Gestão de Resíduos Urbanos – SUB investimentos em baixa”, que prevê a aquisição de novas viaturas de recolha, a criação de um ecocentro móvel e a implementação de sistemas de gestão e detecção volumétrica em contentores e ecopontos.
Em paralelo, o orçamento municipal contempla a compra de pelo menos uma viatura de recolha, considerada pela presidente da câmara como um investimento que “fará toda a diferença” na capacidade de resposta do serviço. “Com poucos meios e poucos recursos, tudo se torna mais difícil. É preciso olhar para a realidade e agir”, frisou.

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