Sociedade | 28-12-2025 15:00

Entroncamento encerra debate e confirma demolição do jardim-de-infância Sophia de Mello Breyner

Mais de um ano depois da decisão de demolir o Jardim-de-Infância Sophia de Mello Breyner Andresen, no Entroncamento, edifício continua sem previsão de obras à vista

O tema voltou a ser alvo de debate entre autarcas, estando apenas o PSD contra a demolição e acusando o Chega de se aliar ao PS neste tema.

A última reunião camarária do Entroncamento ficou marcada por um dos debates mais tensos do actual mandato, centrado no futuro do Jardim-de-Infância Sophia de Mello Breyner Andresen. Em causa esteve, mais uma vez, a proposta do PSD para a realização de um estudo de custo-benefício para a reabilitação ou demolição e reconstrução do edifício. O vereador Rui Madeira (PSD) começou por lembrar que o estudo já tinha sido defendido no mandato anterior, tendo a discussão regressado após se descobrir que existem duas sapatas na estrutura, contrariando um relatório técnico anterior. Para Rui Madeira, estas descobertas alteraram os pressupostos de que o edifício não teria estabilidade e potencial de recuperação, defendendo que ignorar estes dados é insistir numa decisão assente em bases erradas. O autarca sustentou que a reabilitação poderia ser mais rápida, mais barata e permitir responder de imediato à falta de salas, evitando que crianças continuem a ter aulas em monoblocos, garantindo que aceitaria qualquer conclusão do estudo, fosse ela favorável à demolição ou à reabilitação.
O presidente da câmara, Nelson Cunha, defendeu que após uma análise e um estudo custo-benefício “informal” dos serviços municipais, a demolição e construção da escola é a opção menos prejudicial para o município, explicando que o edifício apresenta fragilidades face às actuais normas de segurança estrutural e sísmica, e que uma simples reabilitação exigiria um reforço complexo e dispendioso, sem garantir uma resposta pedagógica adequada. Nelson Cunha sublinhou ainda que a construção de uma nova escola permitirá integrar ensino pré-escolar e primeiro ciclo, duplicar o número de salas e reduzir custos de manutenção. Acrescentou que esta opção é também decisiva para garantir financiamento no âmbito de fundos comunitários, alertando que reabrir o processo nesta fase pode colocar em risco uma candidatura “já em fase avançada de aprovação”. Garantiu que será realizada uma auditoria para apurar responsabilidades anteriores, mas frisou que isso não pode atrasar uma “resposta urgente” às necessidades educativas do concelho. “Se perguntasse a uma criança se queria um estudo de custo-benefício ou uma sala de aulas nova, acho que a decisão seria rápida”, concluiu.
Numa intervenção ainda mais crítica, Rui Madeira acusou o PS — e agora também o Chega — de “passar uma esponja” sobre todo o processo, considerando que avançar para a demolição sem Carta Educativa é “pôr a carroça à frente dos bois” e criar um “chamariz” para atrair mais população imigrante para o concelho que, defende, já está no limite da sua capacidade. Nelson Cunha rejeitou as acusações e afirmou que deve ser posto um ponto final no tema, pondo a proposta de realização de um estudo de custo-benefício a voto. A proposta foi chumbada por maioria, com os votos contra do PS e do Chega e os votos favoráveis do PSD.

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