Músico de Alverca perde o pai e critica “negligência grosseira” no Hospital VFX
Joaquim Godinho, de 84 anos, pai do músico de Alverca Rogério Godinho, foi deixado durante quase três dias em espera no Hospital Vila Franca de Xira para ser operado a uma perna e acabou por morrer devido a complicações respiratórias. O filho fala de um serviço de observação das urgências a abarrotar, com um cheiro nauseabundo e cheio de utentes com as mais diversas infecções.
“Um filme de terror”: é desta forma que Rogério Godinho, um dos nomes grandes da música do concelho de Vila Franca de Xira, descreve o que aconteceu com o pai, Joaquim Godinho, de 84 anos, que estava bem de saúde e acabou por morrer na passada semana quase três dias depois de entrar no Hospital Vila Franca de Xira.
Rogério Godinho, músico de Alverca, lamentou nas redes sociais terem-lhe levado “o meu super herói”, em consequência de “negligência grosseira” e apontando o dedo aos “irresponsáveis políticos pelo Serviço Nacional de Saúde”. Segundo conta, no sábado, 13 de Dezembro, Joaquim Godinho sofreu um azar no lar onde era bem tratado e acompanhado. Caiu e fracturou o colo do fémur, sendo levado depois para as antecâmaras da sua morte, o Hospital Amadora/Sintra e o Hospital Vila Franca de Xira, como diz o filho. “Passados 30 minutos da chamada do INEM, chegaram os bombeiros que estiveram ao telefone 20 minutos com o SNS para que dissessem para onde levariam o meu pai. A decisão foi o Amadora/Sintra. Chegou lá às 15h00”, conta.
Nessa unidade de saúde, a família foi informada que seria feito um TAC à cabeça de Joaquim Godinho, para que, se estivesse tudo bem, fosse enviado para Vila Franca de Xira para ser operado à perna. Assim aconteceu e saiu do Amadora/Sintra pelas 19h20 rumo a ao Hospital Vila Franca de Xira.
“Desde aí até segunda-feira à noite ficou num serviço de observação das urgências a abarrotar, com um cheiro nauseabundo, cheio de utentes com as mais diversas infecções. Esteve três dias a soro para uma operação que nunca aconteceu”, critica Rogério Godinho. Por fim, na terça-feira, subiu para um quarto para aguardar cirurgia. Na manhã de quarta-feira a família recebeu a pior notícia que se pode receber: “Ligaram-me a dizer que houve uma complicação respiratória e que faleceu. Negligência grosseira, foi o que se passou. Na semana passada tinha ido lanchar com ele e estava óptimo. Tudo muda num segundo. Até sempre querido pai, estarás sempre connosco”, escreve.
Utente foi atendido “de acordo com os melhores procedimentos clínicos”
Contactada por O MIRANTE, a Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo, responsável pelo Hospital Vila Franca de Xira, reage dizendo que o utente foi atendido “de acordo com os melhores procedimentos clínicos estabelecidos para o tipo de patologias que apresentava”. Apesar de não explicar se algum inquérito vai ser aberto ao caso, a ULS “lamenta o desfecho e apresenta as suas condolências” à família.


