Sociedade | 31-12-2025 12:00

Casas de saída para ex-reclusos em Torres Novas presas ao preconceito

Casas de saída para ex-reclusos em Torres Novas presas ao preconceito
Paula Quadros cessou funções como directora do Estabelecimento Prisional de Torres Novas a 19 de Dezembro, por imperativo legal - foto arquivo O MIRANTE

Município e Estabelecimento Prisional de Torres Novas puseram em marcha um plano para disponibilizar casas devolutas a condenados que cumpriram a sua pena. Projecto não avançou porque houve quem não quisesse ter ex-reclusos como vizinhos.

A Câmara de Torres Novas comprometeu-se em 2024 a requalificar dois apartamentos que se encontravam devolutos para os transformar em habitações de transição para ex-reclusos, em cooperação com o Estabelecimento Prisional (EP) de Torres Novas. O acordo foi assinado, mas antes que o projecto avançasse houve condóminos a protestar, afirmando junto da autarquia que não queriam ex-reclusos como vizinhos.
A directora, à data, do Estabelecimento Prisional de Torres Novas, Paula Quadros, lamenta a O MIRANTE a “resistência dos condóminos” que acabou por ditar o fim ou pelo menos uma pausa na implementação de um projecto que iria fazer a diferença na reintegração daquelas pessoas na sociedade.
As habitações em causa foram cedidas ao município pelo Governo, no âmbito de um acordo para a transferência de competências de gestão do património imobiliário público sem utilização, com a finalidade de serem convertidas em casas de transição para ex-reclusos, pelo que este, tal como refere ao nosso jornal a vice-presidente da câmara municipal, Elvira Sequeira, terá de encontrar uma solução. “Temos noção que é um assunto que ficou pendurado do mandato anterior, mas não está esquecido. Ainda não tivemos tempo, mas irei dar seguimento a isso”, afirmou a responsável pelo pelouro da Habitação.
A recuperação dos imóveis, que pertencem ao Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, bem como a respectiva exploração, tal como explicou na altura o município em comunicado, seriam da responsabilidade deste em cooperação com a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Paula Quadros, que cessou funções enquanto directora do EP de Torres Novas a 19 de Dezembro por imperativo legal, acredita que a solução passa agora pela recuperação de uma antiga casa dos Magistrados junto ao tribunal da cidade. Esta moradia independente, com quatro quartos, estava a acolher uma família em situação vulnerável, mas, segundo afirma, já se encontra desocupada.
Paula Quadros, que esteve 16 anos no EP de Torres Novas e vai agora liderar o EP do Montijo, confessa que gostaria que a pessoa que lhe sucede no cargo desse especial atenção a este projecto e não o deixasse cair no esquecimento.

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