Na sessão de encerramento do GO Efluentes, um projecto directamente ligado à gestão e valorização agronómica/energética dos fluxos gerados na actividade pecuária, no Pólo de Inovação da Fonte Boa (Estação Zootécnica Nacional), Joaquim Pedro Torres, engenheiro agrónomo, criticou a legislação portuguesa por ser “restritiva e burocrática”, e que a indústria da agro-pecuária, às vezes, “parece ter de andar a fugir da polícia”.

No colóquio organizado pela Associação Portuguesa dos Alimentos Compostos para Animais (IACA), Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) foram debatidos assuntos sobre uma abordagem estratégica de valorização energética dos fluxos gerados na actividade agro-pecuária, assegurando o desenvolvimento sustentável a nível regional e nacional.

Joaquim Pedro Torres, fundador da Agroglobal, discursou em defesa das descobertas científicas acerca da indústria agro-pecuária. Começou por dizer que “as plantas são mais eficientes no aproveitamento do sol do que qualquer painel fotovoltaico” e que “o verdadeiro guardião do ambiente será sempre o agricultor”. Para uma plateia com cerca de 80 pessoas, o engenheiro alertou sobre a importância da matéria-prima no que ao solo diz respeito, “não só como retentora de água, como de carbono”.  No mesmo sentido foram as palavras de David Neves, presidente da FPAS, que diz existir “um preconceito com os efluentes que são tratados como resíduos, mas que na verdade são um recurso”.

No âmbito da última sessão, além da apresentação dos resultados obtidos por cada um dos parceiros envolvidos, foi lançado o Roteiro de Gestão dos Fluxos Gerados na Atividade Agro-pecuária.