Sociedade | 22-01-2022 21:00

Águas de Santarém perdeu 330 mil euros de receitas mas não mexe nos preços

Águas de Santarém perdeu 330 mil euros de receitas mas não mexe nos preços

Apoios concedidos por causa da pandemia reflectiram-se nas contas da empresa municipal de água e saneamento. Factura da água não tem actualização em 2022 mas já se antevêem aumentos para o ano.

A empresa municipal Águas de Santarém estima em 330 mil euros a quebra de receitas, em 2021, resultante dos apoios directos e indirectos destinados a famílias, empresas e instituições num ano marcado pela pandemia de Covid-19. Apesar dessa diminuição de proveitos, a empresa decidiu manter inalterado o tarifário de água e saneamento básico no concelho de Santarém em 2022, embora para o próximo ano se preveja já um reajuste de preços.
Na reunião de câmara onde foi aprovado o tarifário para 2022, o presidente do conselho de administração da Águas de Santarém, Ramiro Matos, explicou que decidiram manter o tarifário tendo em conta que, durante o primeiro semestre do corrente ano, irá ser revisto o contrato de gestão delegada com a Câmara de Santarém, que já tem alguns anos. E isso deverá ter implicações nos preços a praticar já em 2023.
Ramiro Matos referiu que a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) recomenda às entidades que operam nas áreas do abastecimento de água, saneamento básico e resíduos sólidos urbanos que tenham receitas que cubram os custos de exploração de cada uma dessas áreas. O que deverá repercutir-se nas facturas, até porque, sublinhou o administrador da Águas de Santarém, não se podem afectar proveitos de um sector para colmatar o défice de exploração de outro. No caso da Águas de Santarém o sector do saneamento continua a ser deficitário, disse.
O administrador destacou ainda que 2021 foi um dos anos de maior investimento por parte da Águas de Santarém, com um valor contabilizado de quase 4 milhões de euros até Novembro. E acrescentou que a manutenção do tarifário representa um “grande esforço” da empresa tendo em conta o aumento de preços no sector das obras e a inflação prevista para 2022.
O tarifário foi aprovado na reunião de câmara de 10 de Janeiro, com os votos favoráveis dos eleitos do PSD e do PS e o voto contra do vereador do Chega, que justificou a sua posição com os elevados custos de alguns serviços prestados pela Águas de Santarém, nomeadamente a substituição de contadores, a suspensão ou o restabelecimento do serviço ou verificações extraordinárias. Ramiro Matos respondeu dizendo que se trata de situações extraordinárias que, mesmo assim, dão prejuízo apesar dos valores cobrados.

Quase dois milhões para lixo e água

A Câmara de Santarém estima gastar 1 milhão e 320 mil euros em 2022 só com a recolha e tratamento de lixo doméstico em aterro. Já a previsão de gastos com consumo de água ronda o meio milhão de euros. O presidente do município, Ricardo Gonçalves (PSD), reiterou a sua preocupação com esses números, que, no caso dos resíduos sólidos urbanos, estão relacionados com a pouca apetência de muitos cidadãos para separarem o lixo para posterior reciclagem.
A vereadora Liliana Ramos (PS) sugeriu que na factura da água fosse inscrita informação visando sensibilizar os consumidores para essas questões, tendo o presidente concordado e referido que se não houver uma mudança de comportamento por parte dos cidadãos esses custos continuarão a aumentar.
Já o vereador Nuno Russo manifestou a sua preocupação com os custos previstos com o consumo de água, defendendo a realização de campanhas de sensibilização interna visando um uso mais racional da água nas instalações e serviços da autarquia.

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