Sociedade | 02-10-2022 17:59

Alunos de Benavente continuam a ter de sair da escola para ter aulas de Educação Física

Sandra Cardoso é uma das mães que se queixa. Mário Santos, director do Agrupamento de Escolas de Benavente

Pais querem que os alunos mais novos sejam acompanhados no trajecto que têm de fazer entre a Escola Básica 2,3 Duarte Lopes, que não tem pavilhão desportivo, e os equipamentos municipais onde têm aulas de Educação Física.

Alguns encarregados de educação de alunos que frequentam o 5º ano na Escola Básica 2,3 Duarte Lopes, em Benavente estão inconformados desde que foram informados que os seus filhos têm de sair do estabelecimento de ensino, sem acompanhamento, para terem aulas de Educação Física em equipamentos desportivos municipais. O director do Agrupamento de Escolas de Benavente, Mário Santos, garante que não há condições para que todas as turmas tenham aulas da disciplina dentro do recinto escolar e que não há assistentes operacionais em número suficiente para acompanhar, duas vezes por semana, as sete turmas do 5º ano às aulas que decorrem no pavilhão e piscinas municipais.
Sandra Cardoso tem uma filha com nove anos que entrou este ano lectivo para o 2º ciclo de ensino na Escola Duarte Lopes, e diz que lhe parece “uma decisão desprovida de qualquer responsabilidade” permitir que crianças que acabaram de sair da quarta classe passem, de um dia para o outro, a ter que se deslocar a pé e sem a presença de um adulto para poderem frequentar as aulas. A principal preocupação desta mãe e de outros encarregados de educação, que já questionaram o agrupamento de escolas e a Câmara de Benavente, assenta no facto do percurso – que implica o atravessamento de estradas e a passagem por locais isolados – acarretar riscos para a segurança dos menores.
Outra das preocupações dos encarregados de educação, à qual Sandra Cardoso deu voz na última reunião do executivo da câmara municipal, prende-se com a realização do percurso em dias de frio e chuva, assim como a prática da disciplina no campo desportivo inserido no recinto escolar uma vez que não existe um pavilhão desportivo coberto.

Pavilhão desportivo não sai do papel
Mário Santos assegura a O MIRANTE que o agrupamento de escolas tem feito diligências, nomeadamente pressionando o Ministério da Educação, no sentido de ser construído dentro da Escola Duarte Lopes um pavilhão desportivo para a prática de Educação Física. A obra é reclamada há vários anos, está prevista na carta educativa mas o director do Agrupamento de Benavente não acredita que, devido aos procedimentos legais que falta percorrer, esteja concluída antes de 2024.
O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, diz que a autarquia terá que receber do Ministério da Educação o “devido compromisso financeiro” para a construção do pavilhão. Adianta que já foi solicitado à Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) o agendamento de uma reunião com um responsável do ministério.

Agrupamento de escolas tenta minimizar o problema
O director do Agrupamento de Escolas de Benavente explica ainda que os professores de Educação Física fazem um esforço para, no início de cada ano lectivo, acompanharem os alunos de 5º ano até às infra-estruturas municipais. Além disso, sublinha, também todos os anos o agrupamento, aquando da elaboração dos horários escolares, tem o cuidado de colocar as aulas de Educação Física dos alunos de 5º ano no primeiro tempo da manhã ou no último da tarde para que os pais os possam levar ou ir buscar evitando assim que o percurso de ida ou o de volta seja feito a pé e sem acompanhamento. “Fazemos tudo o que está ao nosso alcance para minimizar o problema”, salienta.
Desde que esta escola entrou em funcionamento, há mais de 30 anos, que os alunos têm parte das aulas de Educação Física no pavilhão e piscinas municipais, sem que haja registo, segundo o actual director, de incidentes ocorridos durante o percurso.

Número de funcionários está no mínimo estabelecido por lei

O número de assistentes operacionais afectos à Escola Básica 2,3 Duarte Lopes estão fixados no mínimo permitido por rácio de alunos, o que torna a hipótese de serem os funcionários a acompanhar os alunos uma tarefa logisticamente muito complicada e que, possivelmente, acarretaria o fecho temporário de serviços essenciais ao funcionamento da escola, afiançou a O MIRANTE, Mário Santos, lamentando a dificuldade na contratação por falta de interessados.

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