As últimas imagens da paraquedista que morreu em salto no Arripiado
A sargento Alexandra Serrano Rosa foi fotografada pelo pai momentos antes de entrar no avião que a transportou para a morte.
O pai da sargento Alexandra Serrano Rosa fotografou a filha antes de entrar no avião que a transportou para o salto fatídico e publicou as imagens nas redes sociais poucas horas após o trágico acidente.
“Eu não sei como dizer! Um Pai não devia sofrer tal desgosto! Hoje dia 21 Abril tirei as últimas fotos à minha Menina, ainda me deu um beijinho antes de entrar para o último voo! Não consigo dizer mais nada, as lágrimas são muitas”, escreveu o sargento paraquedista aposentado Serrano Rosa.
A família reside no Entroncamento e há muito que está ligada ao corpo de tropas paraquedistas aquarteladas no complexo militar de Tancos. A sargento-ajudante, de 52 anos, residente no Entroncamento e primeira e única mulher instrutora militar de paraquedismo, morreu a fazer uma das coisas que mais gostava e a que dedicou grande parte da sua vida: saltar de paraquedas.
A manhã de quinta-feira, 21 de Abril, que seria mais uma jornada de rotina para a militar, acabou em tragédia. O paraquedas principal e o paraquedas de reserva não abriram e Alexandra saltou para a morte, na zona do campo de saltos do Arripiado, freguesia da Carregueira, concelho da Chamusca.
O Exército atribuiu a morte a uma falha no sistema de paraquedas, manifestando “profundo pesar”. Em comunicado, o Exército afirmou que a militar morreu cerca das 12h20 quando “se encontrava a efectuar um salto de abertura manual para manutenção da qualificação de paraquedista”, não tendo o sistema de paraquedas funcionado “devidamente”, o que originou a queda.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte da militar paraquedista, considerando que a sargento “deixa na família paraquedista e militar uma saudade inesquecível”. Também a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, expressou “enorme consternação e pesar” pela morte de Alexandra Serrano Rosa, enaltecendo-a como “figura icónica das tropas paraquedistas”.