Sociedade | 21-08-2022 18:00

Edição Semanal. Automóvel a 300 à hora na Ponte das Lezírias apanhado em operação da GNR

Mónica Madeira e Marco Costa da GNR do Carregado conduziram O MIRANTE numa operação de fiscalização nas estradas da região

Sargento Marco Costa do destacamento de trânsito do Carregado nunca tinha apanhado alguém a uma velocidade tão elevada nas estradas da região. O condutor em infracção, de nacionalidade espanhola, ainda andou a fugir durante 10 quilómetros. Militar da GNR diz que há condutores que pensam que por terem matriculas estrangeiras escapam ao controlo das autoridades.

Um condutor espanhol ao volante de um Porsche Taycan foi detectado a quase 300 quilómetros por hora na Ponte das Lezírias por uma patrulha da GNR do destacamento de trânsito do Carregado, na manhã de sábado, 13 de Agosto. A situação surpreendeu o primeiro-sargento Marco Costa, que nunca tinha apanhado um condutor a circular a uma velocidade tão elevada. O condutor ainda andou 10 quilómetros a ser perseguido pela GNR na ponte que liga Benavente ao carregado.
O condutor, sabendo que estava a ser seguido pela autoridade, travou várias vezes iludindo os militares de que ia parar, voltando a acelerar de seguida até uns metros a seguir à saída para a Estrada Nacional 118 (Benavente – Samora Correia), onde o condutor acabou por encostar na berma. Acabou por ficar registada para prova uma imagem em que o carro ia a uma velocidade de 226 km/h, porque era a foto em que a matrícula da viatura aparecia mais nítida. O condutor pagou 500 euros de multa em dinheiro e justificou-se dizendo que estava a andar depressa para carregar as baterias.
Pouco depois, também na Ponte das Lezírias, um outro condutor de 19 anos, emigrante na França, puxou o Audi do pai para lá dos 190 quilómetros por hora e a aventura saiu-lhe caro: 120 euros de multa. Muitos emigrantes acreditam que por terem matrículas estrangeiras escapam ao controlo das autoridades. É um mito, garante a GNR. “Seja cidadão nacional ou estrangeiro o processo é igual, o condutor tem de pagar a coima no acto da infracção e se não houver possibilidade a carta é retirada até que o pagamento seja realizado”, explica Marco Costa.
Apesar de a acção da GNR ser fundamental para prevenir e travar os aceleras o seu trabalho nem sempre é bem recebido. Como o condutor de um Range Rover que depois de ser multado a 177 Km/h perto de Aveiras de Cima e ter pago 120 euros de multa, ainda prometeu que ia continuar a acelerar e os militares, se quisessem, que fossem atrás dele para o voltar a multar.
A GNR explica que a maior parte do policiamento tem como objectivo a prevenção e é feito nas estradas com viaturas caracterizadas. Mas quando é preciso fiscalizar quem se julga acima da lei entram em acção os potentes carros descaracterizados. “Não escondemos radares. Os radares são colocados em sítios específicos onde se verifica sinistralidade grave com o intuito de dissuadir os condutores e levá-los a cumprir as velocidades para que se evitem mais acidentes”, nota Marco Costa.
Durante os 400 quilómetros percorridos durante a manhã, a patrulha constituída por Mónica Madeira e Marco Costa apanhou seis condutores em excesso de velocidade, todos acima de 170 km/h e uma viatura a circular sem inspecção periódica. Ao serviço no Carregado desde 2006, natural dos Açores mas a viver em Alenquer, Marco Costa diz que já viu de tudo nas estradas da região e nem sempre boas imagens. “O que choca mais são os acidentes com crianças”, confessa o militar. Só no ano passado a GNR registou 69.186 acidentes de viação e 142.721 infracções por excesso de velocidade no território nacional.

Há cada vez mais gente nas redes sociais enquanto conduz

A GNR tem detectado pessoas a conduzirem e a verem o que se passa nas redes sociais através do telemóvel. Um perigo que as autoridades querem combater. O alerta é dos militares do destacamento de trânsito do Carregado da Guarda Nacional Republicana, que O MIRANTE acompanhou durante uma manhã de patrulhamento das estradas.
“São situações muito perigosas e infelizmente encontramos cada vez mais condutores a fazê-lo”, atesta o primeiro-sargento Marco Costa. Ser apanhado a conduzir e ao telefone é considerado uma contraordenação grave punível com multa entre 250 e 1.250 euros, perda de dois a três pontos na carta e possível inibição de conduzir entre 1 e 12 meses.
Até 11 de Setembro, a GNR tem nas estradas do país a operação Hermes, destinada a prevenir mas também fiscalizar comportamentos de risco e infracções ao volante, como o excesso de álcool e as manobras perigosas.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1661
    24-04-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1661
    24-04-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo