Avieiros de Vila Franca de Xira sentem-se abandonados
O MIRANTE passou uma manhã com os pescadores e visitou um cais que mais parece uma lixeira a céu aberto e algumas casas onde há mais bolor que tinta.
A comunidade avieira de Vila Franca de Xira não esconde a indignação e revolta por ter de trabalhar num cais sem condições e que mais parece uma lixeira a céu aberto, fruto de décadas sem qualquer limpeza ou requalificação. O cais é pequeno, as arrecadações provisórias construídas há década e meia tornaram-se definitivas e estão estragadas, são exíguas e os pontões têm a madeira podre e a desfazer-se. Não há espaço para guardar as redes. Não há contentores do lixo. O mato não é cortado.
Quem vive do sustento dado pelo rio não cala a indignação de se ver abandonado pelo município há décadas. “Arranjaram tudo em Alhandra e Póvoa e nós ficámos aqui esquecidos”, lamenta Fernando Mirão. Outro pescador avieiro, Luís Santos, foi à última reunião de câmara dizer na cara dos políticos a vergonha que sente em ver o estado do bairro.