<strong>Braço de ferro entre autarcas e EPAL por causa de limpeza de terreno na Póvoa de Santa Iria</strong>
Vegetação por cortar preocupa os povoenses que há décadas assistem a um braço de ferro sobre a responsabilidade de limpeza dos terrenos que se encontram nas traseiras da Rua do Alviela onde passa uma conduta daquela empresa. Moradores queixam-se e dizem que o matagal já ardeu no passado sem que ninguém tenha assumido responsabilidades.
Nas traseiras da Rua do Alviela na Póvoa de Santa Iria, entre os prédios 2 e 8, existe um terreno que não tem sido desmatado e representa um risco de incêndio que tem preocupado os moradores da zona. A situação está a gerar maiores receios sobretudo depois de há cinco anos o espaço ter ardido e as chamas atingirem o primeiro andar de um dos prédios sem que depois ninguém assumisse as responsabilidades pela situação.
Na génese do problema está um braço de ferro entre a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) e o município de Vila Franca de Xira, que não se entendem quanto à responsabilidade de cortar o mato da zona, que é circundante à conduta de água da EPAL que passa no local e abastece a cidade de Lisboa. O município explica que o terreno circundante aos condomínios é pertencente à União de Freguesias da Povoa de Santa Iria e Forte da Casa e que a desmatação foi feita, mas como passa uma conduta de água pertencente à EPAL pelo terreno, toda a vegetação à volta desse canal é responsabilidade da empresa. No entanto não explicou se a empresa já foi ou não notificada para limpar o canavial. Contactada por O MIRANTE a EPAL diz que o terreno não é sua propriedade e que por isso entende que a sua limpeza e desmatação não é sua responsabilidade.
Sebastião Amaral, morador na cidade há mais de quatro décadas, conta a O MIRANTE que se viveram momentos de aflição há cinco anos aquando do incêndio no espaço mas que de nada serviu uma vez que tudo se encontra no mesmo estado de descuido. O morador diz que sempre se lembra de uma discrepância de limpeza entre os terrenos na traseira do seu prédio e a do condomínio ao lado. “ É inadmissível termos isto assim há mais de duas décadas. As únicas coisas que são cortadas são por quem tem hortas e passa aqui para arrancar umas canas. Temos o chão repleto de palha que mete nojo e é uma vergonha. Ironicamente, no outro lado da estrada temos uma relva brilhante, cortada e verdejante. Pode ser que a autarquia vejo o artigo e resolva fazer alguma coisa”, lamenta.
O morador da Rua do Alviela, juntamente com um vizinho, decidiu procurar respostas junto do município ainda antes da temporada dos incêndios e do calor começar mas, até à data, não obtiveram resposta.
Sebastião Amaral diz-se incrédulo com a situação. “Eu nem quero saber se o mato é responsabilidade da EPAL, da junta ou da câmara, por lei tem de ser cortado. Temos dois condomínios de luxo a nascer na lateral desta rua e quando procurei o empreiteiro para lhe explicar que com uma visão destas não seria fácil vender casas ele concordou comigo. Fui ao jardim de infância que está rodeado do matagal e os mesmos também se demonstraram preocupados com a sua segurança, mas já vi que ninguém faz nada” lamenta.