O vídeo da transmissão online da última assembleia municipal onde eram audíveis os gritos das alegadas agressões entre eleitos da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT) e do Chega foi removido, editado e recolocado online no canal da câmara municipal nas redes sociais na manhã de quinta-feira já sem o momento em que se ouve a presidente a interromper os trabalhos.

As imagens eram inócuas e não mostravam qualquer agressão, apenas uma eleita do Bloco de Esquerda a usar da palavra e a olhar para trás enquanto, durante três segundos, se ouviam gritos ao fundo da sala e a presidente da assembleia Sandra Marcelino interrompia os trabalhos.

O partido Chega já veio condenar a situação, classificando-a de acto de censura. “Porque o fizeram? O que há a esconder? Os gritos da agressão? Infelizmente já esperávamos esta situação porque isto já não é democracia nenhuma”, critica o partido. 

A O MIRANTE o município confirma que o vídeo foi retirado para que fosse editado e removido os quase 68 minutos em que a sessão esteve interrompida. 

“São por regra retirados, dos vídeos publicados, o tempo em que as sessões ou reuniões são interrompidas por períodos longos ou se identificam problemas técnicos. Por motivos de ordem técnica, o vídeo publicado não foi correctamente editado pelo que os serviços municipais competentes corrigiram a situação e procederam a nova publicação”, explica. 

O processo técnico demora algumas horas e o vídeo foi reposto ao final do dia. 

Em causa, recorde-se, esteve uma troca de acusações entre Rui Rei da coligação Nova Geração e Fernando Fernandes, eleito do Chega de Vialonga que assistia à sessão e que, queixa-se, terá sido vítima de um pontapé, facto que Rui Rei nega. Numa publicação na sua rede social Fernando Fernandes brinca dizendo que Rui Rei fez “uma audição pública para o papel de Rocky Balboa” ao pontapear um cidadão idoso. A PSP foi chamada e foi apresentada queixa, sendo testemunhas a filha de Fernando Fernandes e Barreira Soares, vereador do Chega na câmara municipal. 

Minutos depois nova troca de palavras, desta vez entre Barreira Soares e Rui Rei, momento em que o vereador do Chega se exaltou e teve de ser agarrado por outros eleitos para não avançar em direcção a Rui Rei. 

“Ajudar a polícia é não a obrigar a ter de vir a situações como a que aconteceu ontem quando o vereador quis agredir um eleito da assembleia”, condenou o presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira, na reunião de câmara realizada na manhã de quarta-feira, 27 de Julho.

Barreira Soares refuta a acusação dizendo que nunca tentou bater em ninguém. “O que aconteceu foi haver um eleito que agrediu um cidadão ao pontapé e passou aqui várias vezes a ofender-me e a presidente da assembleia não fez nada. Parecia um jardim de infância onde o rufia pode fazer o que quer e nada lhe acontece”, criticou o autarca.

Notícia desenvolvida na próxima edição semanal de O MIRANTE