Sociedade | 28-05-2022 18:00

CAP anda em divergência com ministra da Agricultura mas tenta aproximação com Feira da Agricultura

Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da Confederaçã

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, principal accionista do Centro Nacional de Exposições, que organiza a Feira Nacional de Agricultura, vai receber a ministra da Agricultura no certame apesar de no final do mandato passado ter deixado de falar do sector com Maria do Céu Antunes. Com a maioria absoluta conquistada pelo PS e com o renovar da confiança do primeiro-ministro na pasta da Agricultura, a organização está a tentar relacionar-se com a governante apesar de não ver mudanças na sua política.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), principal accionista do Centro Nacional de Exposições (CNEMA), vai receber a ministra da Agricultura na Feira Nacional de Agricultura em Santarém, depois de praticamente ter deixado de falar com Maria do Céu Antunes no final do mandato anterior por divergências relativas à política agrícola. As divergências mantêm-se, mas com a maioria absoluta alcançada pelo PS e a recondução da ministra no cargo, a organização diz que vai tentar ter uma relação com Maria do Céu Antunes. O presidente da CAP e do CNEMA, Eduardo Oliveira e Sousa, considera que é importante encontrarem-se plataformas de entendimento.
Eduardo Oliveira e Sousa reafirma que há muita coisa que continua sem mudar com a ministra e que a CAP continua descontente. Está previsto Maria do Céu Antunes visitar a feira pelo menos duas vezes, uma delas na inauguração, o que no entender do presidente da Confederação é uma questão protocolar, pois não se pode ignorar que é a pessoa que politicamente gere o sector.
Na história da Feira Nacional da Agricultura já houve uma altura em que a CAP não quis no certame o então ministro Jaime Silva, do Governo liderado por José Sócrates, entre 2005 e 2009. Mas, nessa altura, refere Eduardo Oliveira e Sousa, a situação era diferente porque aquele ministro “tinha a missão de destruir a agricultura e a CAP”, comentando que a ministra “em termos pessoais é uma simpatia”.
O presidente da CAP e do CNEMA diz que não vê qualquer indício de mudança neste segundo mandato de Maria do Céu Antunes, mas que mesmo assim vai tentar melhorar a ligação com a governante. “Se vamos conseguir não sabemos, mas havemos de saber”, salienta Oliveira e Sousa. O dirigente realça que a CAP mantém as divergências quanto à política de apoios à agricultura em relação aos efeitos da guerra na Ucrânia, nomeadamente no que toca aos preços dos combustíveis e da energia. Acrescenta ainda a diferença nas ajudas em relação a Espanha, em que os agricultores espanhóis, perante condições de cultivo e de custos idênticos, estão a receber mais apoios, o que coloca os portugueses em desvantagem competitiva.
O afastamento da CAP em relação à ministra acentuou-se em Agosto de 2021 por causa da redução dos apoios ao milho para 2022, que Maria do Céu Antunes, ex-presidente da Câmara de Abrantes, andou a negociar mais de um ano e depois quando se esperava a sua aplicação foi retirada. A ideia era dar um apoio por hectare que mantivesse a cultura rentável. Na altura, Oliveira e Sousa disse mesmo, em declarações a O MIRANTE, que não tinha nada para dizer à ministra, apesar de a cumprimentar quando a encontrasse, e a CAP passou a mandar as suas propostas para o gabinete do primeiro-ministro.

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