Sociedade | 17-10-2022 18:00

Cartaxo e Vale da Pinta não pagou senhas de presença a autarcas durante oito anos

Délio Pereira foi o presidente da Junta de Freguesia de Cartaxo e Vale da Pinta durante os dois últimos mandatos, em que não foram pagas as senhas de presença a eleitos da freguesia

União de Freguesias de Cartaxo e Vale da Pinta recebeu o dinheiro da administração central para pagar as senhas de presença aos eleitos da assembleia de freguesia durante os dois últimos mandatos, mas o dinheiro nunca chegou aos autarcas. Actual executivo vai ter de desembolsar 12 mil euros para liquidar o calote.

A União de Freguesias do Cartaxo e Vale da Pinta vai pagar cerca de 12 mil euros em senhas de presença aos eleitos da assembleia de freguesia que não foram pagas entre 2013 e 2021. A informação foi dada pelo presidente da Junta de Freguesia de Cartaxo e Vale da Pinta, João Pedro Oliveira (PSD), na última sessão da assembleia de freguesia. O autarca explicou que detectaram a situação depois de tomarem posse, há cerca de um ano. O executivo da junta fez o levantamento da falta de pagamento das senhas de presença através das actas das reuniões e folhas de presença.
Segundo explicou João Pedro Oliveira na assembleia de freguesia, o anterior executivo, liderado pelo socialista Délio Pereira, recebeu o dinheiro para pagar as senhas de presença mas não as pagou. Apenas o presidente, o secretário e o tesoureiro da junta receberam a totalidade do valor das senhas de presença. Os vogais e os eleitos da assembleia de freguesia não viram a cor do dinheiro. “Estas dívidas não estavam referidas nas contas da autarquia. Tivemos que andar a pesquisar através das actas e folhas de presença. Estar oito anos sem pagar aos eleitos é demasiado tempo, por isso queremos regularizar a situação o mais breve possível”, salientou João Oliveira.
Contactado por O MIRANTE, o ex-presidente da União de Freguesias do Cartaxo e Vale da Pinta sublinha que o actual executivo tem um orçamento muito maior do que o que o executivo socialista teve que gerir desde 2012, aquando da agregação de freguesias. Délio Pereira afirma que tiveram sempre orçamentos muito reduzidos e que tiveram que gerir prioridades. “Tivemos que comprar vários equipamentos para limpar as estradas e uma carrinha de nove lugares. O passivo da freguesia de Vale da Pinta, em 2013, quando tomámos posse, era de 180 mil euros. Tínhamos os fornecedores a cobrarem-nos as dívidas e tivemos que pagá-las”, explica o ex-presidente da junta, que actualmente é eleito pela bancada do PS na assembleia de freguesia.
Délio Pereira sublinha que chegou a ter vários vencimentos em atraso enquanto presidente da junta para que o dinheiro desse para outras situações. “As pessoas que não receberam as senhas de presença durante oito anos não se queixaram porque sabiam da situação financeira da autarquia. A nossa intenção era pagar, caso tivéssemos vencido as eleições mas orgulho-me de ter deixado as contas da junta muito melhores do que quando o executivo socialista tomou posse em 2013”, conclui o ex-presidente.

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