Sociedade | 09-08-2022 07:00

Centros de saúde da Póvoa e Forte da Casa<br>não têm médicos de familia

(Da esquerda para a direita): Amadeu Pinto (AIPMF), Pedro Bernardo (Chega), Paulo Barroca (Nova Geração), Joaquim Baltazar (PS), a presidente da junta, Ana Cristina Pereira, e Catarina Lourenço (BE) fizeram um balanço da luta por melhor saúde na freguesia

Eleitos da União de Freguesias de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa colocaram partidarismos de lado e uniram-se debaixo da mesma bandeira: a luta por mais e melhor saúde no seu território. Já foram ouvidos por diferentes entidades mas não estão tranquilizados. Se nada for feito estão para chegar dias negros para quem precisar de médico.

É um aviso para levar a sério: se nada for feito nas próximas semanas para reforçar o quadro clínico dos centros de saúde da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa o cenário depois do Verão será “catastrófico” e mais de 20 mil pessoas poderão ficar sem médico de família.
Quem o diz é a comissão de saúde criada na União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa e que agrega eleitos de todas as forças políticas com assento nos órgãos autárquicos da freguesia: Chega, Nova Geração (PSD/PPM/MPT), PS, Movimento Independente António Inácio Póvoa Mais Forte (AIPMF), CDU e Bloco de Esquerda. Os autarcas têm estado reunidos com diversas entidades, desde a direcção do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo às bancadas parlamentares do PS e PSD e até agora não estão a ver fumo branco.
“A situação está tão desastrosa que já nem sabemos se os serviços vão sobreviver ao Verão”, alerta Paulo Barroca, presidente da assembleia e líder da comissão de saúde, que fez um balanço da sua actividade em conferência de imprensa na tarde de quarta-feira, 27 de Julho. Os autarcas já foram ouvidos pela Ordem dos Enfermeiros – que propôs a criação da figura do enfermeiro de família para colmatar algumas necessidades – mas ainda aguardam pelo agendamento de uma reunião com a Ordem dos Médicos.
“Sabemos que foram abertas quatro vagas para médicos no Centro de Saúde da Póvoa mas desconhecemos se vão ser ocupadas. A situação hoje é caótica e desastrosa e poderá ficar ainda pior”, lamenta Paulo Barroca. Na Póvoa de Santa Iria, dos 7.273 utentes sem médico que existiam em Dezembro passaram a ser 10.382 em Março, juntamente com um “agravamento brutal das condições de funcionamento” do Centro de Saúde do Forte da Casa. Hoje já são mais de 13 mil pessoas sem médico na Póvoa e a perspectiva é que os números continuem a piorar.
A presidente da junta, Ana Cristina Pereira, garante que estão a ser tomadas medidas para minorar uma situação que, recorde-se, não é competência da junta resolver. “Está lançado o concurso para um novo centro de saúde na Póvoa no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência que precisa de se concretizar. O actual edifício já não tem condições”, explica.
Amadeu Pinto, da IAPMF, lembra o caso de uma médica que chegou recentemente ao centro de saúde e teve de levar de casa um ar condicionado portátil por falta de equipamentos no edifício que possam dar boas condições a quem lá trabalha. “É inadmissível”, condena. Pedro Bernardo (Chega), Joaquim Baltazar (PS) e Catarina Lourenço (BE) partilharam da convicção que mesmo com um novo centro de saúde o problema da falta de médicos manter-se-á mas que a luta, hoje, é para que a situação não chegue a um ponto de não retorno.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1661
    24-04-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1661
    24-04-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo