Sociedade | 13-04-2022 12:00

Cerci de Azambuja à espera dos milhões do PRR para mega projecto social e de saúde

José Manuel Franco presidente da Cerci Flor da Vida
José Manuel Franco, presidente da Cerci Flor da Vida não compreende o impasse que dura há dois meses

Instituição de apoio à deficiência candidatou projecto ambicioso que inclui a construção de uma Unidade de Cuidados Continuados ao Plano de Recuperação e Resiliência. Lar residencial vai ser financiado pela Segurança Social.

A Cerci Flor da Vida, instituição de Azambuja que presta apoio a 363 pessoas com deficiência e que há dois anos e meio esteve em risco de fechar portas, encontra-se estável financeiramente e prepara-se para alargar as respostas sociais e na área da saúde. Além de já ter garantia de financiamento, através do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES), para a construção de um lar residencial, candidatou um mega projecto que inclui uma Unidade de Cuidados Continuados, Estrutura Residencial para Idosos com grande dependência e uma clínica médica de apoio ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Segundo o presidente da instituição, José Manuel Franco, o projecto que se pretende implantar na Quinta das Rosas tem um investimento estimado em 4,5 milhões de euros mais IVA, fora os 900 mil euros já assegurados pelo PARES e que estão alocados à construção do lar residencial.
A O MIRANTE, o responsável diz estar confiante na atribuição de apoio ao projecto uma vez que “a administração central tem todo o interesse que haja instituições estabilizadas e com as contas em dia” a criar valências para as quais há falta de resposta e porque precisa de organizações “capazes de absorver os dinheiros do PRR”.
Depois de a actual direcção ter conseguido ultrapassar um período financeiro conturbado, com dívidas na ordem dos 600 mil euros, José Manuel Franco não tem dúvidas que a “confiança da tutela” na Cerci foi restabelecida. “Somos uma instituição credível em todas as vertentes”, sublinha.
Recorde-se que chegou a estar iminente o encerramento da instituição, a única no concelho que presta apoio na área da deficiência. Uma situação que acabou por ser evitada através de uma estratégia de gestão rigorosa que implicou o corte de despesas correntes e a injecção de 224 mil euros do Fundo de Socorro da Segurança Social.
Com a abertura das novas valências na Cerci, destaca o responsável, vão ficar colmatadas algumas das necessidades levantadas pela rede social do concelho. Só nesta instituição a lista de espera é longa, com perto de duas centenas de pessoas só para as valências de lar residencial e ERPI para grandes dependentes. O projecto tem prevista a contratação de mais 70 funcionários directos, um médico e cinco enfermeiros em regime de permanência.

Projecto candidato aos milhões do PRR em terreno municipal
O terreno da Quinta das Rosas, para onde está desenhada a implementação deste projecto, é propriedade da Câmara de Azambuja estando cedido à Cerci em direito de superfície por um período de 40 anos, automaticamente renovável.
Questionado por O MIRANTE sobre se a instituição fica confortável por candidatar um projecto com investimento que ultrapassa os cinco milhões de euros para um terreno que não lhe pertence, José Manuel Franco admite ter algumas reservas. “Estaríamos mais confortáveis se o terreno fosse nosso porque estamos a investir nele, mas para todos os efeitos há uma escritura feita e não nos pode ser retirado de qualquer forma”, disse.
Actualmente a instituição tem a funcionar em parte do edificado da Quinta das Rosas a escola de ensino especial e dois cursos de formação para pessoas com deficiência.

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