Condenado a prisão perpétua na Alemanha por crimes contra a humanidade
Ex-coronel sírio matou 27 pessoas e torturou milhares num centro de detenção secreto.
Um tribunal alemão condenou hoje um ex-coronel dos serviços secretos sírios a prisão perpétua por crimes contra a humanidade no primeiro julgamento do mundo relacionado com abusos atribuídos ao regime de Bashar al-Assad.
O Tribunal Regional Superior de Koblenz condenou o sírio Anwar Raslan, 58 anos, por matar 27 pessoas e torturar milhares de prisioneiros num centro de detenção secreto do governo de Al-Assad em Damasco entre 2011 e 2012.
Os juízes declararam Anwar Raslan culpado do assassinato de 27 pessoas no centro de detenção Al-Khatib, também conhecido como Branch 251.
Quase 11 anos após o início da revolta popular na Síria, este foi o primeiro julgamento de crimes atribuídos ao regime sírio e repetidamente documentados por activistas sírios e organizações não-governamentais (ONG). Em 2016, uma comissão de inquérito da ONU acusou o regime de Al-Assad de exterminar os detidos.
Anwar Raslan, que chefiou o departamento de investigação do ramo 251 do extenso aparelho de segurança sírio, permaneceu em silêncio durante o longo julgamento, que teve início em 23 de Abril de 2020. Hoje de manhã, ouviu o veredicto, traduzido para o árabe, sem emoção aparente, segundo relato da agência de notícias France-Presse (AFP).