Sociedade | 10-08-2022 21:00

Construção de hipermercado no Porto Alto danifica moradias

Há três meses que Ricardo Costa tem uma viga em ferro no meio da sala para sustentar o andar superior

Proprietários dos imóveis culpam a empresa construtora de novo espaço comercial na freguesia de Samora Correia de ter causado estragos severos nas suas habitações. Há telhados abatidos e fissuras nas paredes que deram origem a infiltrações.

Moradores da Avenida 25 de Abril, no Porto Alto, localidade do concelho de Benavente, queixam-se de avultados prejuízos nas suas habitações, causados pela construção de um hipermercado em terreno contíguo. Há telhados abatidos, fissuras nas paredes, infiltrações e portas desniveladas, problemas que garantem ter sido provocados pela forte vibração durante a colocação de mais de meia centena de estacas de ferro com 20 metros de comprimento, que foram enterradas no solo com uso de maquinaria pesada.
A residir numa das moradias junto ao terreno onde está a ser construída a superfície comercial, Ricardo Costa é um dos moradores mais afectados e que tem reivindicado junto da empresa de construção Linto&Marques a reparação dos danos provocados. “Depois de verem o estado da casa puseram, há três meses, uma viga de ferro a suportar o tecto de uma das divisões, mas queremos garantias em como reparam todos os estragos”, diz a O MIRANTE.
No primeiro e segundo andares da moradia, que Ricardo Costa e Ana Dias estavam a requalificar há paredes com fissuras tão profundas que deram origem a infiltrações de água sempre que chove. “Chegamos a tirar seis litros de água dos quartos em baldes que não nos podemos esquecer de pôr sempre que vai chover”, afirma, acrescentando que ficou ainda com o muro rachado, as janelas e portas desniveladas e com humidade dentro de divisões que estavam forradas com papel de parede que vai ter que arrancar.
Numa das moradias ao lado, cujo telhado abateu e as paredes ficaram com grandes fendas, os prejuízos rondam os 40 mil euros. Do outro lado do novo edifício comercial um condomínio de construção recente também regista danos, assim como o piso do parque de estacionamento.
Os moradores lamentam ainda que antes de as obras começarem, tal como no decorrer dos trabalhos, não tenham sido feitas inspecções nas casas que ficam próximas do hipermercado, no sentido de verificar o estado inicial das mesmas para que se pudessem provar eventuais estragos.
O MIRANTE questionou a Linto&Marques sobre esta matéria, mas não obteve resposta até à data de fecho desta edição. Aos moradores, o Lidl descartou eventuais responsabilidades. A obra de construção do hipermercado teve início há quatro meses e está previsto ficar concluída a 11 de Agosto.

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