Sociedade | 19-01-2022 12:01

Dona do lar dos Riachos onde morreram três utentes vai responder por cinco crimes

Dona do lar dos Riachos onde morreram três utentes vai responder por cinco crimes

Ministério Público alega que Ana Paula Alves não alimentava as utentes e que o cadáver de uma delas esteve 12 noites a apodrecer num quarto. Médico que passou certidão de óbito também vai a contas com a justiça.

A proprietária do lar ilegal nos Riachos, Torres Novas, onde morreram três idosos no espaço de três meses vai ser julgada por quatro crimes de maus-tratos, dois deles agravados por terem resultado em morte, e por um crime de profanação de cadáver. Ana Paula Alves, na altura com 41 anos, foi detida a 5 de Março do ano passado, tendo ficado em prisão preventiva.

A Polícia Judiciária (PJ), recorde-se, acredita que as duas idosas, de 90 e 92 anos, a ser encontradas mortas dentro do apartamento que funcionava como lar, morreram na sequência dos maus tratos infligidos por Ana Paula Alves que, num dos casos, ocultou a informação sobre a morte da idosa às autoridades e à família.

Na acusação o Ministério Público, citada pelo Correio da Manhã, lê-se que “o cadáver de uma das utentes do lar foi encontrado por um sobrinho, na cama, num quarto que era partilhado com duas outras utentes que passaram pelo menos 12 noites com o corpo e um forte odor cadavérico dado o avançado estado de decomposição e aparente esqueletização”. O Ministério Público alega ainda que não alimentava as utentes “de forma conveniente” e “apenas tinha uma sopa aguada para lhes servir”.

No mesmo processo, está também a ser julgado um médico de 68 anos, residente em Torres Novas, que passou a certidão de óbito de um outro utente do lar, identificando a causa da morte como a doença de Alzheimer sem o ter visto antes ou depois da sua morte. O clínico, que terá cobrado 50 euros pelo atestado, vai agora ser julgado pelos crimes de atestado falso e recebimento indevido de vantagem.

Neste caso, não houve indícios de crime na morte do utente, mas a filha Sónia Lopes, acredita que Ana Paula Alves encobriu a morte do seu pai e suspeita que este terá sido vítima de maus-tratos. “Foi para debaixo da terra cadavérico, muito magro mesmo e amarelo”, disse a O MIRANTE no dia da detenção de Ana Paula Alves.

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