Sociedade | 13-08-2022 21:00

Edição Semanal. Condutor fica em liberdade depois de atropelar casal e bebé de 6 meses na Póvoa de Santa Iria

Manchas de sangue ainda podiam ser vistas na fachada do Povoense no dia a seguir ao acidente

Um homem de 25 anos atropelou a alta velocidade uma mãe, um bebé de seis meses e o seu companheiro, que não morreram por sorte. Condutor foi identificado e vai aguardar o desenvolvimento do caso em liberdade.

O condutor de 25 anos que na tarde de 31 de Julho atropelou um casal e um bebé de seis meses na Rua da República, na Póvoa de Santa Iria, vai aguardar pelos desenvolvimentos do processo em liberdade. O MIRANTE apurou que a ocorrência está a ser tratada pelas autoridades como se tratando de um acidente rodoviário do qual resultaram feridos graves e não como tentativa de homicídio. Já a vizinhança diz não ter dúvidas que se tratou de um violento ajuste de contas que, por milagre, não acabou em tragédia.
As vítimas, que sofreram ferimentos nos braços e nas pernas, estão a recuperar nos hospitais de Santa Maria e São José, em Lisboa e encontram-se estáveis. O bebé está ao cuidado de familiares. O homem tem 25 anos e a mulher 27. Esta encontrava-se com o filho de seis meses ao colo quando se deu a colisão, tendo a criança sido projectada cerca de 20 metros e ficado com vários hematomas. O casal não tem ocupação profissional conhecida e vive de rendimentos sociais com familiares na vizinha freguesia de Vialonga. O condutor é natural de Vale de Cavalos (Chamusca) e reside na Vala do Carregado, também no concelho de Vila Franca de Xira.
O relato dado à polícia refere que as vítimas estavam à porta do bar concessionado pelo União Atlético Povoense pouco depois das 17h00 quando um automóvel de marca Volkswagen, branco, dirigiu-se para elas a alta velocidade, numa rua estreia e de sentido único, projectando-se contra o edifício. As autoridades estão ainda a tentar perceber que ligações existirão entre todos os envolvidos já que, num primeiro momento, isso não ficou claro e a investigação vai continuar.
A criança foi projectada e a mãe e o companheiro foram atingidos pelo carro e atirados contra a fachada do edifício, sofrendo ferimentos graves que só não terão sido piores graças a um pilarete que amorteceu o impacto do veículo. Ficaram sem se conseguir mexer no chão e foram os vizinhos que, vendo o que se passava, chamaram as autoridades. As vítimas foram transferidas de urgência pelos Bombeiros da Póvoa de Santa Iria. Após o acidente o condutor fugiu do local e quando regressou, minutos mais tarde, já se encontrava a polícia no local. Afirmou ter-se tratado de um acidente e disse ter perdido o controlo da viatura e acabou identificado.
Foram realizadas análises ao sangue às vítimas e ao condutor para despiste de álcool e drogas. O automóvel vai ser sujeito a perícias para verificar se teve anomalias que pudessem ter gerado o acidente ou se foi um acto intencional do condutor.

“Parecia um ataque terrorista”
O MIRANTE contactou familiares dos envolvidos que recusaram falar do assunto. Uma outra amiga da família também recusou fornecer mais informações. Resta o relato de quem viveu de perto o que aconteceu na Rua da República. Foram os gritos repetidos de “eu mato-te” que fizeram a vizinhança ir às janelas. Diz quem viu que o condutor terá saído do local, irado, e foi buscar o automóvel, regressando pouco depois à rua e, alegadamente, atirou o carro na direcção das vítimas.
“Foi um horror. Parecia um ataque terrorista e ainda se vêem as manchas de sangue na porta. Depois de bater saiu do carro e foi ao homem dizer que era bom que não sobrevivesse senão matava-o mesmo, deu-lhe uns pontapés e depois fugiu rua fora em direcção à estação de comboios”, conta Filomena Nunes, moradora da zona que estava à janela quando o desastre aconteceu.
Quem vive no local diz que o agressor será um homem perigoso que não olha a meios para atingir os seus fins. “Quando o ouvimos a dizer que tinha sido um acidente ninguém acreditou. As pessoas pediram logo que fosse preso. Ninguém se despista nesta rua, é impossível, aquilo foi premeditado”, refere.

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