Sociedade | 13-08-2022 07:00

Edição Semanal. Estátuas Vivas enchem centro histórico de Santarém

Michaela Schenkel veio da Argentina para participar no Festival de Estátuas Vivas de Santarém
foto arquivo

Festival decorreu durante o fim de semana e foram muitos os que visitaram a zona antiga da cidade para ver as dezanove estátuas vivas. Comércio colaborou e muitas lojas estiveram de portas abertas.

Dezenas de pessoas juntam-se perto da estátua do ‘Staticman’, alcunha pela qual é conhecido António Santos, que detém um recorde do Guinness Book por ter estado mais de 15 horas imóvel. Os visitantes, sobretudo as crianças mais curiosas, circulam à sua volta para tentar descobrir o truque que faz António Santos levitar. Muitas expressões são de admiração por verem a estátua a ‘pairar’. Mais à frente, a estátua de uma exploradora mexe-se sempre que alguém se aproxima para a observar melhor. Com uma lupa interage com o público. Michaela Schenkel veio da Argentina para interpretar a estátua Mapamundica.
As ruas do centro histórico de Santarém tornam-se pequenas para tantas pessoas que querem ver de perto as 19 estátuas do Festival de Estátuas Vivas – que decorreu entre 5 e 7 de Agosto em Santarém. Maria Santos veio com os dois filhos, de seis e oito anos, e confessa-se encantada com as estátuas. “Está tudo muito bem feito. Algumas estátuas interagem connosco e os miúdos ficam encantados, porque nunca tinham visto este tipo de espectáculos”, afirma a O MIRANTE enquanto tira fotos à estátua de José Relvas.
Braamcamp Freire, Amy Winehouse, Elvis Presley, Charlie Chaplin, A Peixeira ou a Menina de Chocolate são algumas das personagens deste festival a cargo da Quideia, uma empresa de eventos sediada em Alpiarça. Katarina Ferreira e Luís Fonseca, responsáveis do projecto que existe há 14 anos, já trabalhavam na arte dos espectáculos de rua quando se conheceram numa formação em Óbidos e começaram a trabalhar em conjunto.
Nunca lhes passou pela cabeça organizar um Festival de Estátuas Vivas e tudo aconteceu por acaso. Katarina e Luís estavam a fazer a estátua do casal de chocolate, em Tomar. O actual vereador da Cultura da Câmara de Santarém foi visitar o evento e ficou a saber que o casal vive em Alpiarça. “A partir daí reunimos e fizemos os dois primeiros espectáculos antes da pandemia. Tem sido sempre um sucesso. As pessoas aderem muito bem aos espectáculos de rua”, afirma.

Katarina Ferreira com André, um dos elementos dos Quideia, organizadores do Festival de Estátuas Vivas em parceria com a Câmara de Santarém
Katarina Ferreira com André, um dos elementos dos Quideia, organizadores do Festival de Estátuas Vivas em parceria com a Câmara de Santarém

“Não existem segredos, temos que aguentar”
Com a estátua do casal de chocolate já percorreram festivais na Roménia, Macedónia, Chipre e Tailândia. Além disso, venceram o prémio Revelação no concurso no Festival de Espinho. Katarina Ferreira garante que não existem truques para se estar horas parado. Os fatos que vestem imitam a plasticidade do material que pretendem imitar. “Não existem segredos, temos que aguentar. A melhor aprendizagem é com a experiência. Também a respiração feita como na meditação ajuda a controlar o corpo e também a mente e torna-se mais fácil”, explica.
Katarina Ferreira confessa que nunca teve vontade de ir à casa-de-banho no momento em que está a trabalhar. “Podemos estar aflitos ou até com uma dor de cabeça, mas, no meu caso, desaparece na hora em que tenho que trabalhar. Muitas vezes a dor de cabeça regressa no final, quando já não estou em pose de estátua. Está tudo na nossa mente”, confessa a artista.

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